terça-feira, 5 de julho de 2011

Indicação de novas perspectivas

Livre tradução do capítulo oito: "Trabalho e Emprego", das páginas 234 a 257 - Extraído do Documento “World Report on Disability” Elaborado pela Organização Mundial da Saúde e Pelo Banco Mundial de 09 de Junho de 2011

Atenção: estes itens não são uma tradução literal do texto e sim a indicação de novas perspectivas de trabalho e características da população de pessoas com deficiência indicadas como válidas e presentes no relatório, acompanhado de suas observações.

1.                   O estudo indica a necessidade de fornecer o máximo apoio à fundação e manutenção de redes sociais (via internet), com o objetivo de divulgar e disponibilizar conhecimento de todo o tipo de direitos e oportunidades existentes para a população de pessoas com deficiência.

2.                   Em organizações que treinam pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, contar sempre com a colaboração/supervisão de pessoas com deficiência, que podem fazer teste de realidade do que é proposto, com mais experiência e eficiência.

3.                   Incentivar nas organizações e instituições que assessoram este segmento a estruturação de bancos de dados das pessoas com deficiência atendidas, objetivando o acesso ao mercado de trabalho e necessidades mútuas de ajuste (mercado e indivíduos atendidos).

4.                   Incentivar todas as estruturas de atendimento à pessoa com deficiência ao trabalho sistemático em perspectiva positiva, buscando as boas capacidades individuais e sua utilização no trabalho.

5.                   Incentivar as organizações empregadoras de pessoa com deficiência à estruturarem condições de promoção de cargo na carreira profissional deste empregado, se ele apresentar merecimento, preparo técnico e respeito ao treino de capacidades, além de  contato social adequado ao ambiente de trabalho, incluindo-se aqui os cargos de chefia (de pessoas com deficiência ou não)

6.                   Divulgar iniciativas como a da empresa Light (Rio de Janeiro/Brasil) que emprega pessoas com deficiência em número maior do que a Lei de Cotas exige,pois “trabalha com gente de valor, deficiente ou não”

7.                   Elaborar sistemas que facilitem acesso a médicos que constatam a instalação de uma deficiência, para que favoreçam e indiquem a inserção (ou retorno) ao trabalho produtivo da forma mais rápida possível.

8.                   Pessoas com deficiência treinadas para a volta ao mercado do trabalho pela ação de “The Leprosy Mission”, da Índia, citada na página 247, indicam que a aprendizagem mais importante para o sucesso da taxa de 95% de emprego ou reemprego,foi terem recebido noções de:
DISCIPLINA – PONTUALIDADE – OBEDIÊNCIA – CONFIABILIDADE –
RESPONSABILIDADE – CAPACIDADE DE SE COMUNICAR – DESENVOLVIMENTO PESSOAL
Nenhuma das pessoas treinadas mencionou as habilidades técnicas que foram ensinadas (reparação de carros, confecção, solda eletrônica, conserto de rádios e de televisões, produção de seda, impressão em offset, computação, empreendedorismo). É importante ressaltar que todas estas qualificações foram disponibilizadas em entidades reconhecidas oficialmente pelo Governo.

9.                   Na Malásia foi executado programa de “Retorno ao Trabalho” combinando suporte financeiro específico com reabilitação física e vocacional, que resultou em retorno de 60% da  população trabalhada ao emprego pleno.
O apoio foi estendido à família da pessoa em reabilitação, envolvendo terapia ocupacional, aconselhamento e manejo de dor.

10.               Cada vez mais fica evidente  que pessoas com deficiência não são um grupo homogêneo, o que acarreta a necessidade de estratégias específicas para trabalho individual, ou em subgrupos.

11.               Vários programas de emprego, em vários países indicam que é possível expandir o número de atividades profissionais conhecidas pelas pessoas com deficiência com o objetivo de manter o emprego, além do treino em habilidades técnicas e comportamento adequado em entrevistas.

12.               Inserção no emprego da pessoa com deficiência tem se mostrado mais efetiva com modelos centrados na pessoa que está sendo amparada, procurando colocar no trabalho e rapidamente adequar e treinar para a função, dissipando assim crenças indevidas quanto às imaginadas dificuldades de adaptação laboral deste segmento. Estas “dificuldades” também podem estar presentes nas idéias de empregadores e familiares da pessoa com deficiência.

13.               Pessoas com deficiência ganham menos em função igual à de pessoas sem deficiência, mulheres com deficiência ganham menos em função igual à de homens com deficiência.

14.               Algumas pessoas com deficiência têm baixas expectativas quanto às sua capacidade de manter um emprego, e podem nem chegar a procurar trabalho. Contribuem para isto o isolamento social específico desta população, mais o impedimento do uso de redes sociais, via computador, além do acesso a amigos e membros da família que poderiam ajudá-lo a achar uma colocação.

Terminamos com parte da mensagem do prefácio de pessoa do segmento, Professor de Física extremamente respeitado e escritor de sua área, Stephen W. Hawking: “É muito claro que a maioria das pessoas com deficiência em todo o mundo tem extrema dificuldade quanto à sobrevivência diária, sem oportunidades de acesso ao mercado produtivo, impedidas de estruturar uma meta pessoal de desenvolvimento.”

Observação importante: A classificação internacional de funcionamento de disfuncionalidade e da saúde (CIF) adotada como um marco conceitual para o informe, define a disfuncionalidade como um termo genérico que engloba: deficiências, limitações de atividades e restrições à participação. A disfuncionalidade ressalta os aspectos negativos da interação entre pessoas com um problema de saúde (como paralisia cerebral, síndrome de Down ou depressão) e fatores pessoais e ambientais (como atitudes negativas, transporte e edifícios públicos inacessíveis e falta de apoio social).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.