quinta-feira, 19 de abril de 2012

"ALÉM DO CENSO" - O artigo mostra como para esta população é muito mais crucial montar pesquisa posterior ao censo tentando estruturar atendimento.

Quando pensamos em saber quantas pessoas com deficiência temos no país, a tarefa não é simples. Saber que em determinada rua temos pessoa com determinada deficiência, também não é o suficiente. Precisamos saber o que ocasionou a deficiência. Se ela for vítima de poliomielite poderá ter perda de mobilidade no futuro.Precisará de acompanhamento técnico.
Se for vítima de acidente de trabalho, ou de trânsito, a lesão pode ser mais estável. Mas eventual prótese precisará de acompanhamento, pelo desgaste possível, ou nova adaptação ao tempo de vida da lesão.Se houver doença progressiva, comprometendo a autonomia pessoal, como retinose pigmentar que evolui para a perda da visão, precisará de orientação técnica de como equacionar seu futuro, assim como seus familiares também.Em alguns casos é necessária a intervenção psicológica para ajudar a elaborar um momento de  luto, como a perda da visão.
A autonomia de qualquer pessoa, com deficiência ou não, é mantida por conquista diária de fôrça, flexibilidade e mobilidade.Nenhum corpo é estático em sua estrutura e funções, é crucial saber o nível de disfunção ou de dor, se é leve, moderada, severa ou extrema. A Organização Mundial da Saúde, em seu último documento (2011), enfatiza muito esta necessidade da pessoa com deficiência. Esta é a razão de o simples censo ser insuficiente para gerar ações conseqüentes para integrar diferentes populações, com diferentes deficiências.
É preciso localizar cada um, ponderar seu momento de vida,saber de tratamentos já feitos, das necessidades médicas,de reabilitação e fisioterapia, qual a escolaridade, se está em idade de trabalhar (e está empregado), ou se precisa de auxílio ou capacitação para se empregar, eventual necessidade de transporte ou até de ajuda para atividades da vida diária.
Após o censo nacional seria necessária pesquisa detalhando as deficiências, alcançando até as pessoas que estão em asilos e hospitais. Acrescentam dificuldades às deficiências, a companhia constante de doenças infecciosas ou crônicas, ou comprometimentos de acidentes (rodoviários, ocupacionais ou resultantes de violência), além de possíveis complicações resultantes de idade avançada. Todos estes aspectos também tem peso nesta pesquisa.
Eles indicarão a extensão e profundidade de conhecimentos necessária a todo corpo médico e técnico que efetuará os atendimentos. O alcance das ações pode abranger assistência social, tecnologia assistiva, orientação para vida financeira independente, além de muito incentivo ao desenvolvimento de autonomia pessoal. “Para que resulte o possível, deve ser tentado o impossível” – Herman Hesse.

Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiência,SPS,colaboradora do LIBERAL.

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