quinta-feira, 28 de junho de 2012

Encontrando palavras para falar sobre deficiência com crianças

Por Amy Julia Becker, autora de A Good and Perfect Gift: Faith, Expectations and a Little Girl Named Penny

Tradução Felicia Jennings-Winterle

William chegou em casa da escola algumas semanas atrás e disse “Mãe”. Ele falou do jeito que ele fala quando tem algo importante para me dizer. E disse de novo: “Mãe. Minha amiga Ashley não ouve bem. E ela grita”.



William tem 3 anos. Ele vai à uma pré-escola pública, e está em uma classe integrada, o que quer dizer, uma turma onde crianças típicas aprendem e brincam com crianças que tem alguma deficiência.  Há três anos, a irmã mais velha de William, Penny, estava na mesma classe, mas ela entrou  com um programa educacional individualizado (“I.E.P.,” Individualized Education Plan). Penny tem Trisomia 21, também conhecida como síndrome de Down, e este terceiro cromossomo tem influencia quase todos os aspectos do desenvolvimento dela.

Ela usa aparelho ortopédico para dar apoio à seus pés chatos e tornozelos fracos. Quando ela estava na pré-escola, usava a língua de sinais, além da fala para se comunicar. Ela fazia terapia ocupacional, fono e fisioterapia como parte de sua experiência em sala de aula. Mas o fato de eu ter uma filha com deficiência, não quer dizer que eu saiba como falar sobre deficiência com meus filhos.

Quando a Penny nasceu, eu me deparei com um labirinto de palavras que nunca tinham tido importância para mim – anormalidade, deficiência, gravidez de alto risco, aconselhamento genético, necessidades especiais. Isso se tornou mais fácil com o tempo. Eu comecei a usar a linguagem da “pessoa primeiro”, me referindo a minha bebê como, “bebê com síndrome de Down”, ao invés de “bebê Down”. Eu substitui “normal” por “típico ou sem deficiência” quando precisava compará-la a outras crianças. Em minhas gestações seguintes, eu falava sobre a “probabilidade” de ter outra criança com síndrome de Down, ao invés do “risco”.

E com o tempo, as palavras se tornaram mais do que tentativas politicamente corretas para apoiar minha nova identidade de mãe de uma criança com deficiência. Com o tempo, as palavras se tornaram realidade. Eu realmente vi Penny como primeiro uma criança, e a síndrome de Down apenas como parte de sua descrição, um característica secundária. Eu realmente comecei a acreditar que indivíduos com deficiência não são pessoas que merecem pena, ou pessoas que precisam de ajuda, mas pelo contrário, que são seres humanos exatamente como eu.  Nossas particularidades são diferentes, mas eu comecei a entender que todos nós temos limitações e pontos vulnerávies que precisam de ajuda, e que todos temos possibilidades para alegrias, relacionamentos e doação.

Fiquei super feliz quando William foi aceito através de sorteio em uma pré-escola integrada. Mas fiquei pensando se eu conseguiria colocar palavras em sua experiência. Pensei se eu seria capaz de ajudá-lo a ver Ashley (e Carlos, e Megan e Landon) como seus coleguinhas. Fiquei pensando se eu seria capaz de falar sobre deficiência de uma forma que fosse honesta e positiva, de uma forma que construísse pontes, ao invés de criar categorias e julgamentos. Então quando William me contou que Ashley não escutava bem e gritava, eu respirei fundo.

Eu disse, “talvez ela ainda não tenha aprendido como ouvir”.
Ele abanou a cabeça.
E daí perguntei, “No que Ashley é boa?”
Ele abaixou a cabeça. “Ela é boa de jogar jogos e de correr”.
“No que você é bom?”
“Ouvir”
“ O que é difícil para você?”
“Colorir”

Foi o fim da conversa. William tem falado sobre a Ashley desde então, mas somente porque ele me conta coisas sobre sua amiga – que eles pegam o ônibus juntos, fazem de conta que cozinham juntos, que ele gostaria de ter um quadro cheio de adesivos como o dela. Até onde William pode entender, Ashley é somente outra menina em sua classe. Algumas coisas são difíceis para ela. Algumas coisas ela faz muito bem, assim como ele.

Um dia, William vai se dar conta de que muitos aspectos de nossa cultura – da linguagem à legislação – erguem muros entre crianças como ele e crianças como Ashley. Mas eu espero que crescendo com uma irmã que tem síndrome de Down e indo à escola com meninos e meninas que enfrentam desafios diferentes dos dele, possa abrir seus olhos, e seu coração, para entender que todos têm em comum serem humanos. Eu espero que ele cresça com a habilidade de ver além dos rótulos, de acreditar que ele tem algo a oferecer a todos que ele encontrar, e que ele também tem a receber destas pessoas. Eu espero, pelo bem das duas crianças, que ele e Ashley continuem amigos.

Fonte

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Reabilitação dos amputados

Amputações fazem parte da história da Medicina há séculos. Num passado ainda recente, quando eram realizadas, o amputado ganhava um par de muletas e saía nelas apoiado. Depois surgiram as primeiras próteses que procuravam imitar esteticamente o membro perdido. Em algumas eram desenhados até os pêlos para que ficassem mais parecidas com o membro amputado. É evidente que não conseguiam atingir a finalidade proposta e continuavam sendo apenas uma prótese facilmente reconhecida quando se olhava para elas. Com o passar do tempo, essa filosofia modificou-se por completo. Atualmente, a prótese faz parte do tratamento de reabilitação, uma parte importantíssima, aliás. No entanto, a reabilitação dos amputados envolve uma conduta muito mais ampla. Não há mais a preocupação de imitar o membro perdido. Ao contrário, as próteses assumiram o papel a que se destinam, ou seja, de recuperar a função do membro lesado. Interessa fazer com que o amputado assuma sua nova condição, retome suas atividades rotineiras, possa praticar esportes e viver a vida em sua plenitude.
EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE PRÓTESE
Drauzio – Como evoluiu o conceito de prótese nos últimos anos?
Marco Guedes – A mudança mais importante foi desvincular do processo de criação desses aparelhos a idéia de reposição da imagem cosmética do membro perdido. Por muito tempo priorizou-se a reposição da imagem corporal em detrimento da reposição funcional. A história do desenvolvimento desses aparelhos foi marcada por um evento infeliz para o americano Van Phillips e feliz para todos os outros amputados. Nos idos de 1970, Van Phillips estava esquiando puxado por uma lancha num lago da Califórnia, quando caiu na água com os esquis presos nos pés. Percebendo que outra lancha se aproximava, tentou afundar, mas os esquis não deixaram que submergisse e seu pé foi cortado pela hélice da outra lancha. Ele era um tipo criativo, um excelente ator que trabalha va em rádio, e não se conformou com o aparelho protético que lhe deram. – “Puxa vida, tenho dificuldade para descer uma simples guia de calçada” – era uma de suas queixas. Foi, então, que decidiu fazer o curso de técnico em prótese e órtese na Northwestern University em Chicago, à procura de uma solução mais adequada para seu caso e transformou-se num pesquisador brilhante no campo das amputações. Seu grande mérito foi desenhar pés mecânicos pensando na reposição de suas funções, como a absorção do impacto e a impulsão. Seu objetivo era recuperar a impulsão que as pessoas têm quando desprendem o pé do solo durante a marcha, impulsão que empurra o corpo para frente. Com o desenho simples de um C numa lâmina de carbono que funciona como um pé mecânico totalmente desvinculado da imagem cosmética, Van Phillips conseguiu devolver essa função para a pessoa amputada. Só mais tarde se pensou na aparência estética que permitisse ao amputado estar, por exemplo, num casamento ou num batizado sem ser o centro de atenção da festa o que, sem dúvida, faz sentido. Não faz sentido, porém, a pessoa amputada buscar uma reposição cosmética para esconder-se atrás de um membro artificial, fingindo ter um braço ou uma perna, e fechar-se para as oportunidades que a vida oferece, trancando portas e janelas da existência por medo de ser vista como tendo passado por uma amputação. Essa visão precisa acabar definitivamente. Dentro do novo conceito de reabilitação, procura-se valorizar o resgate funcional do amputado acima do resgate da imagem física. Não estou dizendo que ele deva andar com coisas estranhas pelas ruas só porque é amputado. Estou dizendo que deve tentar recuperar a função para a qual seu corpo se presta na vida, que é servir de veículo para pegar objetos, caminhar, subir escadas, descer uma rampa, etc. Depois se pode pensar no artifício cosmético aplicado sobre o aparelho que lhe permita passar despercebido onde for confortável, em situações públicas com pessoas desconhecidas em volta, como numa festa, por exemplo.
O que realmente é sério é o amputado adquirir a visão de que está doente e precisa ser tratado. É esconder-se atrás de uma imitação por assim dizer perfeita, mas que não passa de uma perna ou um braço de boneca.
DrauzioPróteses que nada acrescentam funcionalmente aos amputados.
Marco Guedes – Vi pessoas com próteses que imitavam a pele e os pêlos, mas você olhava e via imediatamente que era uma prótese. Oxalá um dia se consiga um pé mecânico funcional e cosmeticamente perfeito, o que sem dúvida trará grande conforto na reposição da perda de um membro.
HISTÓRIA DE MARCO
DrauzioEm várias entrevistas você se referiu à sua condição de amputado e talvez venha daí seu interesse maior por essa especialidade. Como você aceitou o fato de que iria sofrer uma amputação e receber uma prótese?
Marco Guedes – Na verdade, não aceitei, eu decidi. Sofri um acidente de moto em dezembro de 1974. Estava terminando o quinto ano da Faculdade de Medicina da USP. Tentando escapar de uma colisão, bati de frente no pára-choque de um ônibus e minha perna foi prensada contra o tanque de gasolina da moto. Você pode imaginar o que acontece com nossos pobres  ossos num choque como esse a 60km por hora. No momento em que caí no acostamento e tentei levantar, não achei a minha perna. Quando olhei para ela e vi o estrago, tive plena convicção de que a havia perdido. No entanto, estava vivo, sem nenhum outro esfolado, minha cabeça estava inteira e fui para o HC, o meu hospital, onde eu queria ser tratado. Aí começou um esforço, inclusive com fundo emocional muito forte – um futuro colega, um aluno da escola – para salvar o meu pé. Depois de uma semana, não enxergava mais de tão toxemiado que estava. O azar é que eu tinha ficado com um pé viável do ponto de vista vascular, embora destruído funcionalmente. Tinha um segmento enorme da perna com incontáveis fragmentos ósseos e lesões nas partes moles, na musculatura, nos nervos. Eu já não conseguia enxergar direito pessoas a curta distância. Tudo ficara nebuloso e escuro, fruto das toxinas que tinham se espalhado pelo meu organismo.
Drauzio - Isso para não falar na dor que devia ser terrível.
Marco Guedes – A dor era intensa porque a limpeza da ferida implicava tirar tecido desvitalizado, tecido morto, até sangrar e, quando sangrava, doía muito. Chegou uma hora, porém, em que o colega que me tratava comentou com o ajudante que a costura arterial tinha ficado aparente. Isso queria dizer que a passagem do sangue seria comprometida, pois a emenda da artéria estava exposta ao ar. E ele comentou – vamos pegar uma parte da outra perna para tapar esse buraco. Isso se chama crossleg, ou seja, você cruza uma perna sobre a outra, na posição do Cristo crucificado, vira um pedaço da pele boa e tapa o ferimento. Esse procedimento pressupunha que eu deveria ficar três semanas com uma perna presa a outra por fios. Ouvi aquilo e falei – nem olhem para a outra perna, esqueçam que ela existe -. Nesse caso, vamos ter que amputar sua perna foi a resposta que me deram. Então, o diagnóstico está fechado. Vamos fazer a amputação, decidi naquele momento e passei por uma cirurgia em que minha perna foi amputada abaixo do joelho. Talvez para mim tenha sido mais fácil tomar essa atitude, porque já era quase médico, gostava de trauma e de ortopedia e tinha uma visão razoavelmente ampla do assunto, embora até hoje ainda persistam dogmas e conceitos errados sobre amputação na classe médica.

Drauzio - Em algum momento você se arrependeu dessa atitude que tomou?
Marco Guedes – Nunca. Na noite passada, pensando nesta entrevista, pensei que se tivesse que tomar de novo essa decisão, faria exatamente como fiz naquela época. A amputação me permitiu reabilitar-me, ser cirurgião e trabalhar com traumatologia como sempre quis, casar, ter filhos e educá-los. Permitiu também que exercesse uma atividade profissional riquíssima e extremamente útil aos outros. Esse episódio em minha vida, sem dúvida, se transformou numa virtude que me ajudou a desenvolver melhor o trabalho ao qual me dedico.
REABILITAÇÃO DE AMPUTADO
Drauzio - Houve uma grande evolução, infelizmente não acessível a todos, no papel da reabilitação dos amputados. O que aconteceu realmente nessa área?
Marco Guedes – A reabilitação começa com a notícia. Começa com a maneira pela qual se coloca para o paciente a proposta da amputação. Faz diferença se ela é apresentada como perda ou como início de uma caminhada reabilitadora. A fisioterapia, que é fundamental para o amputado, também começa nesse momento, senão antes até. De certa forma isso é utópico em nosso país, quase um sonho, mas o amputado deve começar a trabalhar logo os músculos qu e lhe permitirão ficar em pé e caminhar. No dia seguinte ao da cirurgia, ainda no leito hospitalar, o paciente começa a ser preparado para receber um eventual aparelho ortopédico. Trata-se de um trabalho que deve ser realizado por um time de profissionais. Infelizmente, essa não é nossa realidade em grande parte dos casos. Existe o cirurgião que amputa, tira os pontos e considera liquidado aquele evento desagradável. Provavelmente, mais tarde, alguém passará pelo quarto e deixará o endereço de uma oficina onde o paciente poderá mandar fazer ou comprar uma perna mecânica, como se estivesse comprando um disco voador. É como se eu dissesse – Olhe, Drauzio, tenho alguns endereços de locais onde se vendem discos voadores. Vá e compre um. – Você ouviria a conversa fiada do vendedor e compraria o que o dinheiro permitisse sem realmente saber o que estava levando. Por isso, defendo fortemente o conceito de que a adaptação dos aparelhos de prótese faz parte da terapia, que deve ser realizada num centro de reabilitação com equipe multidisciplinar, com conhecimentos que se imbricam e permitem uma tomada de decisão visando exclusivamente ao benefício da pessoa amputada. O aparelho ortopédico prescrito para um homem de 60 anos é muito diferente daquele indicado para um rapaz de 17 anos, porque as necessidades de cada um são diferentes. Não é uma questão de quanto a pessoa tem para gastar. É a sua necessidade dentro da expectativa funcional que existe para ela. Hoje se fazem próteses no Brasil por licitação pública, pela internet. Abre-se concorrência para fazer 30 próteses para amputados e é aprovada a proposta mais barata que vem de uma oficina obscura ou de um empresário desconhecido, que vai terceirizar o trabalho. Produzir próteses virou cabide, virou mesa de repartição pública.
Drauzio - A probabilidade de uma prótese assim dar errado é muito grande
Marco Guedes – É muito grande a probabilidade de dar errado. Como se pode entregar um aparelho protético acabado para o paciente treinar, quando o alinhamento preciso desse aparelho só pode ser feito, no caso de amputação do membro inferior, à medida que a pessoa caminha sobre ele. Só quando vai passando o desconforto, desaparecendo a insegurança e o medo e a pessoa consegue colocar mais peso em cima do aparelho, é possível enxergar erros de posicionamento do pé ou do joelho mecânico, por exemplo. Insisto que o alinhamento dinâmico da prótese só pode ser feito quando o paciente consegue andar melhor sobre ela. O problema é que o camarada da licitação vai receber o dinheiro quando entregar a prótese terminada e o paciente que perdeu a perna sai com uma debaixo do braço e vai para casa. De fato ela não custou caro, mas foi dinheiro jogado fora. Muito mais interessante seria que se investisse mais um pouco a fim de que, num prazo mais curto, esse indivíduo se tornasse produtivo de novo, voltasse a trabalhar e a trazer dinheiro para casa. Se assim não for, será mais uma pessoa a achar que a prótese não deu certo e a esperar dois ou três anos para aposentar-se por invalidez e pendurar-se na previdência social. Essa visão está errada, está doente e precisa ser mudada. É preciso criar escolas para formar esses empresários obscuros que vivem da amputação alheia, usando artifícios escusos para entrar em licitações. É uma denúncia séria que faço publicamente. Isso acontece e é muito triste. Temos de encaminhar esses amputados para serviços sérios de reabilitação, onde não pese o preço do aparelho, mas a capacidade profissional do técnico. Se a prótese não estiver boa, ele faz de novo sem comprometer o dinheiro do seu bolso. É um bom técnico, com bom salário, que trabalha sob orientação e participando de uma equipe que tem aspirações mais amplas do que fazer um pedaço de coisa que imita uma perna cortada.
PAPEL DE FISIOTERAPIA
Drauzio - A fisioterapia exige muito do amputado?
Marco Guedes – Exige, sim, especialmente se os amputados chegarem com as seqüelas de um serviço mal conduzido de reabilitação, com deformidades como flexo do joelho ou do quadril, o que deixa as pessoas mal alinhadas, mal posicionadas. As deformidades do quadril são especialmente difíceis de corrigir.
O fisioterapeuta tem um trabalho duro pela frente quando recebe, por exemplo, um idoso com contratura importante. Às vezes, se perde um joelho que foi salvo pelo cirurgião, e somos obrigados a fazer uma prótese com o joelho dobrado porque ele não estende mais. O idoso que recebe um joelho mecânico provavelmente terá enorme dificuldade para controlá-lo.
Drauzio - O que falta fazer para que isso não ocorra?
Marco Guedes – Fazem falta protocolos e conceitos adequados e, sem dúvida, fisioterapeutas motivados. Essa motivação parece estar aparecendo agora. Assim como os cirurgiões, os fisioterapeutas não gostavam de lidar com amputados por desconhecimento puro e simples da história da reabilitação possível para esses pacientes. Eu, por exemplo, não amputo um pé, construo um órgão novo. É um conceito diferente. Muita gente chama a amputação de cirurgia reconstrutiva. Não é verdade. A amputação é construtiva, pois se está criando alguma coisa nova para aquela pessoa e, para realizar esse feito, é preciso conhecer a história desse tratamento, se não simplesmente se estará cortando uma perna e fechando um buraco, esquecendo a pessoa que fica com um coto de amputação inadequado e que vai dar muito trabalho para a equipe de reabilitação.
Drauzio – Isso para não falar do sofrimento de quem perde um membro.
Marco Guedes – Não só do sofrimento, mas da perda de qualidade de vida, especialmente para os idosos que, às vezes, não têm outra bala na agulha para enfrentar nova cirurgia a fim de consertar o que não foi feito da forma adequada.
ATLETAS AMPUTADOS
DrauzioMarco, você é um esportista que perdeu a perna, mas continuou praticando esportes. Hoje, as próteses permitem que isso aconteça, mesmo quando a perda foi bilateral. Você conhece outros casos como o seu?
Marco Guedes – Próteses adequadas permitem dar continuidade à vida atlética. No Brasil, apesar da pobreza que cerca a reabilitação, temos alguns indivíduos que conseguiram, de uma maneira ou outra, aparelhos com dispositivos sofisticados que lhe garantem reabilitação plena e a possibilidade de desenvolver atividades esportivas bastante interessantes. Na foto 1 , aparece um grupo no qual me incluo. Sou o primeiro à esquerda, essa figura sorridente. Depois está o Fernando, um triatleta. A moça no meio, amputada pela técnica de Syme, hoje é mãe de uma criança linda. O penúltimo é o Maciel que perdeu as duas pernas num acidente de automóvel absurdo cortadas pelo guardrail de uma estrada. Maciel foi o único amputado bilateral a completar a maratona de Nova York. Por fim, à direita, está o Paulo, amputado de um lado só abaixo do joelho, que não só completou como chegou em primeiro lugar entre os amputados na maratona de Nova York.
Drauzio – O guardrail é o anteparo colocado ao lado das estradas como proteção para os motoristas e passageiros dos veículos. Como pode ter acontecido um acidente desses?
Marco Guedes – Em vez de proteger, o guardrail em lâmina representa um perigo nas estradas. Ele deveria ser redondo e encaixado, mas não é e, com o impacto, pode abrir, entrar no carro e ferir quem está lá dentro. Foi o que aconteceu com Maciel que teve os dois pés cortados pelo guardrail num acidente de carro.
Drauzio - Quem aparece nas fotos 2 e 3?
Marco Guedes – A foto 2 mostra um tobogã e foi tirada no rio Jacaré Pepira, em Brotas (SP). A equipe que opera esse rafting chama-se EcoAção e mantém uma estrutura inteiramente adaptada aos portadores de deficiência física, que conseguem praticar esportes radicais. Não gosto muito desse nome. Prefiro esportes de aventura que nada têm de radical, uma vez que são seguros e ninguém quer morrer fazendo isso. No rafting, esses esportistas amputados descem corredeiras dentro de um bote com a ajuda de remos. Na foto 3 aparece outra vez Maciel sem os dois pés, mas adequada e funcionalmente aparelhado, desta vez praticando arborismo, em meio das copas das árvores, a sete metros acima do chão, passando por toras móveis, passarelas e cabos de aço.
Drauzio - Uma vez, numa maratona, passei por uma moça que tinha uma lâmina em C e fiquei bastante impressionado.
Marco Guedes – Essa lâmina de carbono impulsiona o amputado que saltita quase como um canguru. Pode-se dizer que esse aparelho funciona quase como uma mola
O rapaz da foto 4 é o Rivaldo que, usando o aparelho, quebrou o recorde mundial do Ironman no Havaí, uma prova absurda que deu origem ao triatlo. A pessoa nada 4km, depois percorre 180km de bicicleta e corre uma maratona, ou seja, mais 42km. Rudi, que está na foto 5, não é meu paciente. É um garoto americano de 16 ou 17 anos que, por causa de uma doença congênita, perdeu as duas pernas acima do joelho. Hoje ele viaja pelo mundo participando de provas de corrida e natação usando um aparelho funcional, sem joelho mecânico e sem a preocupação de colocar próteses cosméticas. Obviamente, quando se fazem próteses para pessoas comuns, temos o cuidado com o aspecto cosmético final, mas sempre visando deixar o aparelho o mais leve e funcional possível para aquele indivíduo.
AMPUTADOS VITORIOSOS
Drauzio – É realmente uma nova perspectiva. A visão da pessoa que se escondia atrás de uma prótese que procurava imitar o membro perdido não tem mais espaço hoje em dia. Os amputados estão aí, ostentando sua condição e orgulhando-se dela.
Marco Guedes – Essa é a razão pela qual se tenta divulgar o atleta amputado na mídia. Pessoalmente, acho que atividades físicas extenuantes ao extremo são pouco saudáveis. Não acho que se deva chegar ao limite que pode levar a uma lesão qualquer. O que estimulo no esporte para amputados é exatamente que eles se exponham. Um camarada que perdeu a perna, que fica em casa escondido, chateado, triste da vida, não querendo sair mais às ruas, quando vê uma imagem dessas, descobre quantas possibilidades existem. Pensar que o mundo acabou porque nunca mais irá cortar a unha do dedão do pé não tem cabimento. Há uma vida pela frente, seu ser está integro e só ele mesmo pode destruí-lo. Vide Nélson Mandela e outros grandes líderes que passaram anos e anos na cadeia, livres apesar da prisão física, e que superaram esse período e voltaram a lutar pelo que acreditavam. Através dessas imagens bonitas e de retorno vitorioso em cima de uma condição que aparentemente era um desastre, procura-se ajudar muitas pessoas que estavam encolhidas, retraídas, estimulando-as a vencer a adversidade.
ATLETAS AMPUTADOS

 
           

Relator inclui educação especial e escolas para surdos no PNE

Vanhoni continua a apresentar alterações nesta quarta, quando vai abordar a meta de investimento na Educação. O texto final deve ser votado no dia 12 de junho.

A inclusão da escola especial e da escola bilíngue para surdos no novo Plano Nacional de Educação (PNE) – PL 8035/10  – foi comemorada pelos representantes do setor que lotaram hoje o plenário onde estava sendo discutido o texto final do relator da comissão especial destinada a analisar a proposta, deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR).



O texto do PNE enviado pelo governo contemplava apenas a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas, e não citava as duas formas específicas de educação. De um lado, surdos reivindicavam escolas em que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) seja a língua principal, e por outro lado associações que lidam com educação especial, como as Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), defendiam uma educação para quem precisa de currículo específico.
“No começo o governo só queria falar de inclusão, mas souberam negociar e atender esses movimentos que se organizaram e foram os mais atuantes na discussão do PNE”, avaliou o presidente da comissão, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

O relator apresentou uma modificação à Meta 4 do texto, sobre educação para pessoas com deficiência. As mudanças colocam como meta a inclusão de alunos que tenham dificuldades de aprendizagem ou alguma deficiência, mas não deixa de fora as escolas especiais. Quanto às bilíngues, são escolas com currículo normal, e, pelo novo texto, sua expansão deve fazer parte das metas do PNE.

Para o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), ligado ao movimento de Apaes (que organiza escolas para alunos com deficiência), o texto apresentado contempla as reivindicações, e garante a continuidade da educação especial. “Defendemos a escola normal e a escola especial, não há competição, no entanto, nossa vivência mostra que existe um grupo que precisa de um currículo adaptado para suas necessidades, sem necessariamente ter sucesso acadêmico, mas de convivência”, disse.

Para a diretora de política educacional da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, Patrícia Rezende, que é surda e militante, o texto apresentado pelo relator torna possível a existência das escolas bilíngues, inclusive com tradutores de libras e professores surdos, de forma que essa seja a principal língua utilizada pelos alunos. “Isso não estava claro no PNE, e foi uma vitória para nós”, sinalizou.
Patrícia também frisou que as escolas bilíngues podem ser inclusivas. Crianças que ouvem podem se matricular, desde que tenham conhecimento em libras, e façam as aulas nessa língua. “Meus filhos são ouvintes, mas são fluentes em libras, se eles quiserem estudar lá, podem”, completou.

Gastos com Educação
O relator apresentou hoje outras alterações, que devem continuar amanhã, em busca de um acordo para aprovar o texto na comissão. As mudanças são fruto de 155 destaques, que são mudanças específicas pedidas por deputados no relatório, e que poderiam ser votadas uma a uma.
Entre outras alterações, o texto deixa claro que a meta de gastos com Educação pode ser revista por meio de um projeto de lei.

A meta, no entanto, não foi alterada. No texto, o relator propõe 7,5% do PIB em investimento direto do setor público em Educação, a ser implementado nos próximos dez anos, enquanto este plano estiver em vigência. Alguns deputados, principalmente da oposição, querem que o investimento seja de 10% do PIB.
Atualmente o investimento está em 5% do PIB, e o crescimento dos últimos anos, entre 0,1% e 0,2%, fecharia a mesma conta. Com esse argumento, o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, insiste em 10%. “Vamos ter de dar preferência a algumas metas, não há recursos para todas”, disse.

Nas contas do movimento, cada 0,5% do PIB representa 20 bilhões em recursos para o setor. A proposta original falava em 7% e, segundo Cara, até a tramitação final da proposta, que ainda vai passar pelo Plenário e pelo Senado, o governo já sinaliza que aceitaria 8%, nem uma fração a mais.
Meta de financiamento da educação divide até a base aliada, afirma deputado

Votação
Segundo Lelo Coimbra, a votação do novo parecer de Vanhoni – uma complementação de voto – deverá ocorrer no dia 12 na comissão.

O presidente da Câmara, Marco Maia, disse nesta terça-feira que o PNE deverá ser votado pelo Plenário assim que a pauta for liberada. “A votação do PNE é uma prioridade da Câmara. Na primeira oportunidade, o projeto será votado”, disse Maia.


Fonte

Se outros países podem, por que nós não podemos?

Por Otaviano Helene
no Correio da Cidadania


Será que é viável termos um padrão educacional melhor do que temos hoje ou isso é apenas um sonho irrealizável, que não cabe na nossa realidade? Em outras palavras, será que há barreiras objetivas (econômicas ou culturais, por exemplo), de difícil superação, que nos impedem de construir um melhor sistema educacional? Para responder a questões desse tipo, um bom caminho é comparar a educação em diversos países com equivalentes possibilidades materiais.



Para isso, a tabela a seguir mostra alguns indicadores educacionais de seis países cujas rendas per capita estão imediatamente abaixo da brasileira e outros seis imediatamente acima, segundo compilações da Unesco Institute for Statistics (1). São, portanto, países com possibilidades econômicas praticamente equivalentes às nossas. Vamos ver no que diferem no que diz respeito à educação.

Os dados relativos ao analfabetismo na faixa etária dos 15 a 24 anos ilustram a realidade de um passado recente da educação; o analfabetismo adulto reflete um passado mais remoto; e a taxa de matrícula no ensino superior mostra os esforços atuais em um setor mais sofisticado do sistema educacional. Portanto, os três indicadores refletem os compromissos dos diversos países com a educação em um período relativamente amplo.

Dos doze outros países com condições materiais equivalentes às nossas, apenas a Tunísia, o Peru e o Irã têm taxas de analfabetismo adulto superiores à nossa. Quanto ao analfabetismo de jovens entre 15 e 24 anos, dos doze países, apenas o Peru, a Tunísia e o Panamá apresentam piores desempenhos. E quanto às taxas de engajamento no ensino superior, apenas o Azerbaijão apresenta valor inferior ao nosso.
Existem possíveis explicações (evidentemente, explicações não são justificativas) para alguns aspectos educacionais daqueles países com indicadores piores do que os nossos.

No caso da Tunísia e do Irã, as questões culturais, em especial aquelas relacionadas à religião, podem estar entre as explicações: ambos os países têm religiões oficiais (o islamismo), cujas normas são leis da sociedade civil. No caso da Tunísia, ainda hoje encontramos indicadores educacionais bastante diferentes para homens e mulheres, revelando, possivelmente, um traço de sua tradição religiosa. Quanto ao Irã, devemos lembrar que as últimas décadas foram marcadas pelo processo de ruptura por ocasião da Revolução Islâmica (iniciada em 1978) e pela longa e desgastante guerra com o Iraque (1980-1988), fatores que podem ter tido influências negativas em seu sistema educacional.

Peru e Panamá são dois países que apresentam péssimas distribuições de renda. Embora não tão ruim como a brasileira, eles estão entre os 25 países (de um total de 133) com maiores concentrações de renda, fator que certamente tem reflexos na educação. O Peru tem alguma heterogeneidade lingüística e populações que habitam regiões bastante diferentes e que têm tradições culturais também diferentes, fatos que podem ajudar a explicar seu baixo desempenho educacional. Além disso, ambos os países têm apresentado grande instabilidade institucional em períodos mais recentes: o ex-presidente Alberto Fujimori foi condenado e preso por graves violações dos direitos humanos; um dos presidentes recentes do Panamá, Manuel Noriega, tem como pontos de destaque em sua carreira ligação com a CIA e com o narcotráfico, tendo sido seqüestrado pelo governo americano e condenado à prisão nos EUA.

A situação específica do ensino superior no Azerbaijão pode ser entendida, pelo menos parcialmente, pelo desmoronamento da União Soviética. Até final da década de 1980, aquele país apresentava uma taxa de inclusão no ensino superior de 25%, bastante alta para a época e cerca de duas vezes maior que a brasileira no mesmo período. Com o fim da União Soviética, a taxa de engajamento no ensino superior chegou a decrescer até 15% em 1998, voltando a crescer lentamente desde então. O fim da União Soviética, e a crise que se seguiu, pode ter sido um fator importante a afetar a educação superior naquele país. A guerra com a Armênia é outro fato que pode ter tido conseqüências na vida social do país.

E há países entre aqueles incluídos na tabela com indicadores significativamente melhores do que os nossos. Somos o décimo colocado no que diz respeito aos indicadores de analfabetismo, nas duas modalidades, e penúltimo colocado no que diz respeito ao ensino superior. E não temos muitas explicações para estarmos assim tão mal colocados quando comparados com países de iguais possibilidades. Se pelo menos tivéssemos indicadores iguais à média dos demais países com mesmas condições materiais que as nossas, vale dizer, com renda per capita equivalente, ainda estaríamos em situação bem melhor do que estamos, como mostra a linha média (exclusive Brasil) da tabela.


Renda per capita (US$, paridade de poder de compra)Analfabetismo (%)Taxa de matrícula, ensino
superior (%)1
AdultoJuvenil
15 anos ou mais15 a 24 anos
Bósnia e Herzegovina85652,10,237
Peru916410,42,243
Colômbia92936,61,939
Tunísia939022,43,234
Azerbaijão97210,20,019
Cuba99000,20,095
Brasil108239,71,933
Sérvia111692,10,650
Irã1157015,01,343
Cazaquistão118530,30,246
Venezuela123734,51,578
Montenegro129581,60,748
Panamá133455,92,445
Média (exclusive Brasil)107755,91,248
1 A taxa bruta de matrícula no ensino superior é a razão entre o número de matrículas e a população em uma faixa etária de 5 anos após a idade normal de conclusão do ensino médio.
Fonte: Unesco Institute for Statistics, com exceção da renda per capita cubana, cuja fonte é CIA The World Factbook, https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/, consultada em maio/2012, e da taxa (bruta) brasileira de matrícula no ensino superior, calculada pelo autor com base no número de matrículas fornecido pelo INEP e nos dados referentes à população, fornecidos pelo IBGE


A pergunta óbvia é: por que não podemos ter um sistema educacional pelo menos igual à média dos demais países com mesmas oportunidades materiais? Por que comprometemos o futuro de nossas crianças e jovens e, por extensão, o futuro do país, mantendo um sistema educacional tão precário, se temos condições que nos permitem não fazer isso

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terça-feira, 26 de junho de 2012

Medicina à distância deve se tornar tendência no futuro

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"


A população mundial está envelhecendo e cada vez mais gente vai precisar de assistência médica. A conta não vai fechar se a medicina continuar a ser praticada em consultórios e hospitais. Mas o cenário deve mudar bastante.
A análise é de um grupo de especialistas da Ernst & Young, consultoria internacional que atende empresas interessadas em saber para onde vai caminhar o mercado da medicina.
De acordo com o trabalho, uma parte importante da assistência médica no futuro será feita no que a Ernst & Young chamou de o "terceiro lugar" (os outros dois são o hospital e o consultório).


Esse terceiro lugar seria, por exemplo, a casa do paciente que tem doenças crônicas como diabetes, obesidade e problemas respiratórios --ou onde ele estiver.
Por isso, as principais inovações na área de saúde virão de tecnologias que permitam assistência remota, como aplicativos para tablets e para celulares que lembrem o horário de tomar um medicamento, por exemplo.
"Hoje, 75% dos custos de assistência médica vêm de doenças crônicas e número tende a aumentar. Esses pacientes não precisam estar no hospital, mas necessitam de acompanhamento", explica Glen Giovannetti, um dos coordenadores do estudo.
"É uma espécie de renovação da ideia do 'médico da família'", explica Patrick Flochel, da Ernst & Young.
"Só que o médico ficará acessível por novas maneiras. Isso causará uma mudança de comportamento do médico e do paciente."

VIDA REAL
De acordo com o médico Chao Lung Wen, professor de telemedicina da Faculdade de Medicina da USP, esse monitoramento remoto vai reforçar os vínculos do paciente com os profissionais de saúde, motivando-o a seguir os tratamentos prescritos.
Wen é um dos organizadores de um seminário sobre saúde digital e "home care" que será realizado nesta segunda (21) e quarta-feira (23) na feira Hospitalar, em São Paulo.
"Mais de 50% dos tratamentos falham porque as pessoas não entendem como usar o medicamento. Muita gente abre cápsulas de remédio em vez de engolir, o que pode impedir a absorção da droga. A tecnologia vai ajudar a reforçar a compreensão do que foi passado pelo médico", afirma Wen.
O médico da USP está trabalhando em uma parceria com uma operadora de celular para lançar um serviço de "nuvem da saúde". A ideia é que essa rede de informações médicas esteja acessível em diferentes níveis: um gratuito, com informações de utilidade pública sobre prevenção, vacinas e epidemias, e outros com acesso pago, com assuntos de interesse específico do usuário e participação em grupos de discussão com profissionais de saúde.

VELHOS REMÉDIOS
Quem também deve mudar de papel no futuro da assistência médica é a indústria farmacêutica. Isso porque as inovações em saúde virão mais de setores tecnológicos e menos de novas drogas.
Segundo a consultoria Thomson Reuter, em 2010, apenas 21 drogas inovadoras foram lançadas. No ano anterior, o número chegou a 26.
Além disso, a maioria das doenças crônicas não será curada com novos remédios --mas precisam de cuidados específicos e recorrentes.
"Não podemos dizer que as farmacêuticas estão em maus lençóis. Mas elas estão começando a se associar com outros setores, como o alimentício, para desenvolver novos produtos", diz Flochel.
O problema, de acordo com o oftalmologista Rubens Belfort, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e presidente da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), é que os médicos não estão sendo preparados para lidar com as doenças que mais vão predominar no futuro -e que não precisam de hospital.
"Os médicos hoje são treinados para salvar vidas em hospitais como faz o House [referindo-se ao médico da série homônima americana]", diz. "Mas o paciente cada vez mais irá ao hospital só se o tratamento em casa não estiver dando certo", conclui.

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Saborear Ideias: Caso Real


Meu nome é Carol. Aos cinco anos tive diagnostico hipotireoidismo, herança de família, meu pai também teve. Na época era muito difícil andar, impossível correr a obesidade decorrente da doença me incomodava muito.



O tratamento foi iniciado, mas a família já sabia que estávamos entrando no campo das doenças autoimunes. Aos dez anos comecei a sentir muita fome e sede. Em três meses emagreci treze quilos.

O medico não queria fazer o exame de glicemia, minha mãe insistiu com firmeza, e foi confirmada diabetes tipo I. mais uma doença autoimune. Espero que pare por ai. Por três anos fiz dieta e me controlava, não comia doces, via minhas amiguinhas comendo, desejava muito e chorava escondida em casa, muito também.

Daí uma medica ensinou contagem de carboidratos, voltei à comer um pouco de doces. Não sei se foi bom, porque quando você consome, volta a memória do gosto, e a gente não quer mais parar. Uso insulina em três dozes diárias. Tenho vinte e um anos. Precisaria mesurar o nível de glicose três ou quatro vezes por dia. Nem sempre controlo a glicose. Ter diabetes sempre me revoltou – poderia passear ou me aventurar como qualquer jovem?

Momento de diversão

Também sempre me assustou o campo da auto imunidade exacerbada  pode gerar  doenças à mais como lúpus eritematoso, leucemia, vitiligo. Minha chance de desenvolver qualquer uma delas é maior.

Mas nada disto me impede de fazer meu curso universitário (Administração de Empresas)

Turma da Faculdade

De trabalhar como estagiaria em empresa publica, de comprar e dirigir minha moto, de pagar integralmente minha faculdade trabalhando todos os fins de semana em escola publica (Programa Estadual Escola da Família), de fazer caminhadas diárias com meus pais (ainda menos do que preciso) e de namorar (há quatro anos e meio, o mesmo querido moço).


 Ele me ajuda a me auto vigiar, sempre me lembrando de meus limites, pois a ultrapassagem da linha de segurança pode custar problemas renais, ou em meus olhos, ou de circulação sanguínea insuficiente em meus braços ou pernas ou até um acidente vascular cerebral.

Precisei de ajuda psicológica para entender que era uma fantasia minha imaginar que todas as pessoas tinham dó de mim, de forma automática, por causa de minha diabete.

Descobri que não precisava sentir vergonha por ser diabética, é questão de loteria genética, não tive conduta descuidada que provocasse a doença. Estou tentando aprender que primeiro vem “Eu preciso”, e depois “Eu gosto” (se possível). Vale para minha alimentação. Ou para a de todos nós? Ou para tudo na vida? “A inteligência é uma espécie de paladar que nos dá a capacidade de saborear ideias” – Susan Sontag.

 
Caso Real. Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga e diretora da Unidade de Atenção aos Direitos da Pessoa com Deficiencia, colaboradora do “O Liberal”.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

406 filhos

Dela, são seis. Mas somando os que trata e se dedica como se filhos fossem, passa dos 400. Desde cedo, a médica Fátima Dourado aprendeu a transformar sua dor em um caminho que mudou não só a vida de seus filhos autistas, mas de milhares de crianças Brasil afora

A médica Fátima Dourado e seus filhos da Fundação Casa da Esperança

“Sempre gostei dessa possibilidade que o ser humano tem de reinventar a vida”. A frase que sai da boca da médica Fátima Dourado é a mesma que desenha sua trajetória. Em 57 anos de vida, ela conseguiu fazer do que lhe encanta na literatura sua própria história. Fátima se reinventou ao transformar a dor das rejeições sofridas pelo primeiro filho autista, Giordano Bruno, em um caminho de vida – dela mesma e de outras centenas de mães que têm seus filhos atendidos pela Fundação Casa da Esperança.

Mãe de seis filhos – dois dos quais têm autismo – Fátima se deparou com o transtorno numa época em que ninguém sabia do que se tratava. Na psicanálise, a teoria era de que os autistas eram crianças normais que estavam se refugiando em seu mundo porque tinham um problema de vínculo com a mãe, que chegaram a ser definidas pelo termo “mães-geladeiras”. “Como era o que tinha na época, teve um tempo que eu cheguei a duvidar do meu amor. Onde eu tava amando errado para ter crianças tão lindas que não conseguiam desenvolver a fala?”, lembra Fátima.

Nela, não estava o problema e, sim, a solução, ou, pelo menos, a esperança. Quando viu o filho Giordano, hoje com 32 anos, ser rejeitado pela escola por estar dando muito trabalho e a instituição não ter profissionais treinados para atender àquele tipo de adolescente, Fátima decidiu criar a própria escolinha. De oito alunos iniciais, a então pequena escola para crianças com autismo hoje é uma referência nacional no tratamento do transtorno, onde 400 crianças têm assistência total e outras milhares recebem atendimento ambulatorial.
Além de não ter sido em vão, a luta de Fátima não foi solitária. Hoje, de tanto ver a dedicação da mãe, praticamente toda a família vive em torno do autismo. Fora Giordano e Pablo, 28, que foram a razão da médica ter mergulhado nessa luta, o filho mais velho, Alexandre, 34, além de ter casado com uma das mães fundadoras da Casa da Esperança que já tinha uma filha com o transtorno, é um militante na defesa dos direitos das pessoas com autismo.

Já Gustavo, 30, utilizou a profissão para implantar oficinas de música na fundação, da qual é o atual vice-presidente. Além disso, por um desejo compartilhado com a esposa, ele adotou Dudu, 7, que também tem autismo. “Nessa hora, eu tive que mudar meu discurso de que ninguém escolhe ser mãe de autista. Minha nora escolheu ser mãe de um”, orgulha-se. “O autismo não deu só dificuldades e desafios à nossa família, ele trouxe grandeza para esses meninos. Reduziu o preconceito com outras formas de ser”, completa.

A luta deu a Fátima também a oportunidade de reconstruir sua vida amorosa. Na própria instituição, conheceu o atual marido, o psicólogo Alexandre Costa. Dessa relação, vieram Gabriel, 13, e Maria Teresa, 6, que entrou na vida de Fátima quando ela já havia chegado aos 50. “Foi um presente que a vida me guardou na maturidade. Se houve um tempo em que achava que meu amor era azedo, foi legal que a vida tenha me dado a chance de curar uma menina do autismo com esse amor”, reflete. “A felicidade é uma coisa que eu nunca busquei fora. Não sei o que é inveja. Eu gosto da minha vida, da minha história, dos meus filhos, eu gosto de ser nordestina, de estar em Fortaleza. Eu tô feliz, Deus me colocou no lugar certo, na família certa”, comemora. (Naara Vale)

RAIO X DA MÃE
Fátima Dourado
Idade: 57
Profissão: pediatra e psiquiatra
Filhos: Alexandre, 34; Giordano, 32; Gustavo, 30; Pablo, 28; Gabriel, 13; Maria Teresa, 6.
Ser mãe é: “É abrir a cabeça e o coração para ajudar outra pessoa no seu desenvolvimento, adotar uma pessoa do jeito que ela é, com todas as suas possibilidades. Ser mãe, biológica ou não, sempre tem seu lado de adoção. É sempre uma busca de equilíbrio porque não tem uma fórmula pronta entre a proteção e o respeito às escolhas do indivíduo.”

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Dores Crônicas na Idade Tardia

Envelhecimento não é igual a adoecimento! Assim a dor em qualquer idade deve ser diagnosticada corretamente e não apenas atribuída simplesmente à idade avançada.

Dor na idade avançada

A Cefaléia, que é a dor de cabeça, pode ser devida a vários fatores de risco: infecções na face, sinusite, hipertensão e enxaqueca, que é a mais comumente responsável por este sintoma. Problemas de coluna cervical também podem produzir dor de cabeça.

Outra alteração que pode levar a cefaléia é carga de estresse, que libera catecolaminas que são vasoconstritores dos vasos cerebrais. Distúrbios digestivos como a intolerância ao glúten que existe no trigo promovem a doença celíaca no tubo digestivo e geram também dor de cabeça intensa.

Dores nas articulações, tanto dos membros como da coluna vertebral, são responsáveis por muitas dores nestes locais e pela dificuldade para caminhar, sentar, levantar, deitar, fazer movimentos de flexão e extensão dos membros, assim como movimentos em todos os sentidos da região do pescoço.

Tudo pode ser devido a infecções crônicas destas articulações e a doenças auto-imunes como a artrite reumatóide, a febre reumática, as tendinites, como também a doenças degenerativas destas articulações, como é o caso da artrose. Os tumores benignos e malignos também promovem muita dor.

Dores musculares intensas e disseminadas em todos os grupos musculares como é o caso da Fibromialgia, doença esta muito provavelmente de origem psicoemocional com a liberação de calor em fibras musculares desordenadamente, com maior concentração em certas fibras e quase nenhum calor em outras fibras e que causa um descompasso que leva à liberação de certos metabolitos ácidos precipitando assim o depósito dentro das fibras de cristais ácidos que são geradores de sintomas dolorosos.

Dores abdominais podem ter origem em úlceras da mucosa do tubo digestivo, promovidas por parasitos, câncer do tubo digestivo, intolerância ao glutamato do trigo, cálculos na vesícula biliar, pancreatite, ulcera gástrica e má digestão.

São tantos os fatores de risco que temos que pesquisar sempre a verdadeira origem do sintoma para que o tratamento possa ter êxito. As infecções e os cálculos do sistema genito-urinário também promovem muita dor.
Dores torácicas podem ser de origem nos arcos costais, nos corpos vertebrais, pleurais, pulmonares e, sobretudo cardíacos.
Logo qualquer dor tem
que ter sua origem descoberta. Portanto, cuidem-se. Ninguém merece conviver com este que é o sintoma mais desconfortável dos seres vivos: A DOR!

Esperanças novas para cuidar com sucesso de Alzheimer

Cientistas americanos desenvolveram um chip eletromagnético capaz de fazer as vezes do neurotransmissor aceilcolina, evitando assim o desaparecimento da memória. Estas são as novas luzes no diagnóstico precoce e no tratamento específico desta doença que está apavorando o mundo moderno.

Esta é uma doença cerebral muito comum em pessoas de idade tardia, que nada mais é do que a perda gradual em longo prazo do contexto cognitivo dos seres que envelheceram e foram acometidos por um processo de deposição de Proteína B Amilóide, de permeio com os  neurônios, que são as células nervosas do cérebro, fazendo um enovelamento dos braços dos neurônios que são os “axônios“, responsáveis pelas transmissões de impulsos de mensagens, e as respectivas respostas a estas mensagens, usando um neurotransmissor importante que é a acetilcolina.

Ocorre que na ausência desta ação acabamos por perder a capacidade de guardar as informações e a memória desaparece, não sendo mais possível reconhecermos as pessoas mais próximas, nos tornando incapazes de nos orientar viso espacialmente, o que nos transforma num verdadeiro “zumbi” humano.
Recentemente o Center Vital Longevity da Universidade do Texas/Dallas/Estados Unidos, usando a tecnologia avançada de imagem com Tomografia Computatorizada auto definida, analisou  pessoas de 45 a 90 anos de idade e conseguiu identificar por refringência da proteína B amilóide, se esta existe em maior ou menor concentração nas células do cérebro, fazendo assim um diagnóstico muito precoce de possíveis casos futuros de Doenças de Alzheimer, possibilitando a prevenção e tratamento antecipado para evitar este mal do século XXI.

E mais, do ponto de vista do tratamento, o Instituto Buck na Califórnia está investindo na pesquisa utilizando “lombrigas”, que surpreendentemente têm um sistema nervoso parecido com os nossos neurônios, usando um corante amarelo denominado Tioflavina T (ThT), corando esta proteína B amilóide, responsável principal pelo desencadeamento desta doença, cujo corante tem o poder de destruir esta proteína assassina.
Por outro lado cientistas americanos desenvolveram um chip eletromagnético capaz de fazer as vezes do neurotransmissor aceilcolina, evitando assim o desaparecimento da memória. Estas são as novas luzes no diagnóstico precoce e no tratamento específico desta doença que está apavorando o mundo moderno.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Comer sem fome e comprar sem necessidade é doença

Logo os fisgados pela boca e pelo bolso necessitam de ajuda de todos e a todo instante. Não os abandonem! Gordos e endividados, mas na maioria das vezes felizes!

Comer compulsivamente é doença
Comer compulsivamente é doença

A ansiedade representa uma mudança de comportamento e de humor que pode comprometer a própria vida daqueles que são acometidos pela mesma. Os psicólogos chegaram à conclusão de que isto nada mais é do que um ato falho de avaliação de riscos futuros.  Desta forma, a ansiedade e o estresse são com certeza os responsáveis pelo aumento exagerado do peso ponderal das pessoas, daí a prevalência cada vez maior do peso ponderal dos jovens ao redor do mundo.

No Brasil, os estudantes da escola fundamental chegam a estar incluídos num percentual de 13% de obesidade declarada por avaliação do índice de massa corporal.  Logo, se as autoridades de saúde não fizerem uma intervenção imediata e séria neste desvio de saúde das crianças e adolescentes, teremos um aumento considerável de doenças cardiovasculares num futuro próximo. E aí seremos um país com o maior número de cardiopatas ainda jovens.


Mas o que fazer?
Estas pessoas impacientes deverão ser treinadas para lidarem melhor com estas variações de humor, ansiedade e estresse. Recomenda-se melhorar a rotina com mudanças simples, mas consistentes, podendo apreciar com mais calma e carinho as possibilidades futuras, evitando desperdiçar a abundância de alimentos e evitando o consumo sem necessidade.


Quem não consegue controlar suas próprias emoções ficando a cada dia estruturalmente mais ansioso, deve ser ajudado pela família, pelos amigos e professores. Estes devem cuidar para que a pessoa ansiosa possa ser orientada por psicólogos competentes neste assunto, evitando assim desvios sérios da saúde dos jovens brasileiros.


A Bulimia que é a doença que provoca sempre a obesidade pela ingestão incontrolável de alimentos é igual à compulsão por compras sem necessidade, e estes mecanismos doentios estão relacionados a distúrbios comportamentais de não saciedade, por alterações genéticas do limbo cerebral. E se é doença, busque logo um tratamento.
Existem pesquisas nos Estados Unidos que revelam que obesos que foram submetidos à cirurgia bariátrica para perda de peso, aguçam após a cirurgia a vontade indomável de comprar de tudo, mesmo não estando necessitados de absolutamente nada.


Logo os fisgados pela boca e pelo bolso necessitam de ajuda de todos e a todo instante. Não os abandonem! Gordos e endividados, mas na maioria das vezes felizes!

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terça-feira, 19 de junho de 2012

DESDOBRA CORAÇÃO! Caso Real

   Sou Tarcisio, tenho cinqüenta e “uns” anos, era fotógrafo, com 33 anos a luz e a imagem que enxergava foram sumindo conforme evoluía minha retinose pigmentar.



Foi tanta tristeza que quase perdi o movimento das pernas também.A esposa pediu a separação.Fiquei anos trancado em casa, até medicação específica me libertar. 


Moro sozinho, tenho um único filho que hoje estuda fora da cidade. Mais tarde descobri o Centro de Prevenção à Cegueira, e numa aula de dança, minha parceira era a Solange. Gostava de longe de sua risada diferente, indicando pessoa sensível. 


Éramos considerados alunos com o corpo “duro” para dançar, e a dança deu tão certo que virou namoro.




Solange teve quando bem jovem dor de cabeça muito forte, derivante de tumor cerebral. Eliminaram seu câncer, mas junto foi sua visão e seu equilíbrio para se sustentar sozinha de pé. Não tem condições de uso da bengala para deficiente visual, só pode se locomover com apoio de um braço amigo.

Por minha vontade própria me tornei seu “braço-guia”. Depois da resistência que é comum, aprendi no CPC a técnica de uso da bengala de locomoção especial para o deficiente visual. Vou de ônibus de Americana para a casa de minha amada, em Nova Odessa. E juntos vamos ao CPC. Temos varias atividades, em vários dias – fisioterapia para melhorar o equilíbrio de Solange, Braille e informática para mim, ioga e dança de salão para os dois.

Depois, levo Solange de volta, para sua casa. Tenho todo o tempo do mundo, e toda a disponibilidade de ser companheiro também. Solange diz que “O amor é cego, mas o coração bate a mil por hora!”.



Enfim, nossa mensagem é simples: “Todos nós podemos sempre ajudar a todos – questão de desdobrar o coração!”



 Elizabeth Fritzsons da Silva, Psicóloga-Diretora/UADPD.

Clyde, o cachorro cego com cão guia

Um cachorro cego encontrado na rua virou assunto nos jornais britânicos por possuir seu próprio cão guia. Clyde, de 5 anos, agora procura um lar, mas terá que ir junto de sua fiel companheira, Bonnie, de 2 anos. O motivo é que ele não move uma pata sem ela.

Bonnie e Clyde, ambos da raça Border Collie,


Clyde (à esquerda) e Bonnie (Divulgação)

Foram encontrados há três semanas em Blundeston, no condado britânico de Norfolk. Eles estavam abandonados no meio de uma tempestade e não possuíam identificação. Os cães foram levados ao Conselho do Distrito de Waveney, mas ninguém veio reclamar por eles.
A ideia agora é que eles sejam adotados pela mesma família. "Levá-los para casas separadas não é uma opção de maneira alguma", disse Cherie Cootes, do centro de Resgate de Cães de Meadow Green, segundo reportagem do jornal The Daily Telegraph. "Eles têm que ir como um par", enfatiza.
Cootes conta que Clyde, quando não sabe ao certo onde está, posiciona-se imediatamente atrás de Bonnie para que ela possa guiá-lo. "Ele confia inteiramente nela o tempo todo. Quando ela caminha, ela tende a parar e se certificar que ele está lá. Ela cuida dele". Segundo Cootes, a cegueira de Clyde não é evidente quando Bonnie está por perto. "Mas quando ela não está, ele se recusa a se mover sem ela".

 Fonte

Cães são contagiados pelos bocejos dos humanos

Os cães são contagiados pelo bocejo dos humanos, em especial o do seu dono, concluiu um estudo de uma investigadora portuguesa do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto. Esta característica, que pode refletir empatia, tem potencial para contribuir para a seleção destes animais no apoio às pessoas em determinadas situações.



Joana Bessa partiu de estudos já realizados sobre o bocejar contagiante, mas que tinham obtido resultados divergentes, e tentou encontrar provas de que os cães podiam "apanhar" os bocejos humanos. Com a colaboração de duas outras investigadoras, Karine Silva e Liliana de Sousa, a cientista conseguiu "resultados positivos" que permitiram atestar a existência de contágio por parte dos cães e também de uma "modelação social".

"Tentámos replicar os estudos para perceber se encontrávamos provas de que os cães podiam apanhar os bocejares dos humanos, mas tentámos também perceber se havia influência da empatia", contou Joana Bessa à agência Lusa.

As investigadoras constataram que "os cães bocejavam mais quando ouviam o bocejar de pessoas conhecidas, dos donos, face a pessoas desconhecidas", colocando-se a "hipótese de que poderão ter alguma empatia relativamente aos humanos".

A cientista acredita que o longo processo de domesticação dos cães poderá fazer com que tenham uma ligação mais próxima com os humanos, tendo igualmente influência nesta capacidade empática.

O estudo envolveu 29 cães, que foram expostos, em sessões separadas durante sete dias, a sons de bocejos dos donos, de uma pessoa desconhecida e a um som de controlo - ou seja, artificial - sem existir em nenhum momento qualquer contacto visual, de forma a afastar a possibilidade de uma simples imitação do gesto que viam na pessoa.

Segundo a investigadora, se for possível provar, em futuros estudos, determinadas caraterísticas dos cães, como a personalidade ou a existência de relação com a empatia, estes poderão tornar-se meios para escolher animais mais adaptados a diferentes situações como é o caso, por exemplo, dos cães de ajuda. Além disso, adiantou Joana Bessa, essa informação poderia também "ser aplicada a várias espécies".

 Fonte

Frutos da floresta e o controle do Câncer

Uma grata surpresa é termos através de pesquisas científicas recentes resultados animadores para o controle de vários tipos de câncer a partir do uso de princípios ativos de uma planta própria da Amazônia, a GRAVIOLA.

Estes efeitos anticancerígenos e citotóxicos da GRAVIOLA e seus congêneres são realmente atribuídos por comprovação científica acreditada pela ação das acetogeninas anonáceas através do seguinte mecanismo de ação: começa pela inibição da enzima NADH oxidase nas membranas plasmáticas das células cancerígenas, resultando na diminuição brusca da ATP (adenosina tri fosfática) celular pelo fato de inibirem a fosforização oxidativa diminuindo assim a concentração plasmática da ATP e com isto inibindo o fator de crescimento de células malignas no organismo.

Células estas resistentes a ação de múltiplas drogas pelo fato de existir uma bomba P – glico-proteína na membrana plasmática que por sua vez são capazes de inativar certas substâncias usadas  na quimioterapia. 
Então esta substância existente na GRAVIOLA aproveita o momento mais sensível da célula cancerosa induzindo o ciclo de desenvolvimento celular a interromper a multiplicação de células malignas. Logo a privação da ATP como foi explicada acima induz a célula à morte celular.

Quiçá possamos num futuro bem próximo cuidar dos nossos pacientes usando somente produtos oriundos da floresta. Mas em caso necessário procure sempre uma orientação do seu médico de confiança.
Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.