domingo, 30 de novembro de 2014

Depoimento - Caso Real

Sonhos iguais aos de todo mundo!

Sonho fazer intercâmbio e melhorar o inglês, se possível em Londres! Sonho com faculdades: Biologia pois gosto de plantas e animais, ou Astronomia, pois amo as estrelas!
Sonho continuar tendo amigos verdadeiros como os que já tenho, que não se incomodam com minhas dificuldades de locomoção e me acompanham em todos os passeios, sempre muitos quando se tem 15 anos!
Gosto muito de ler biografias, e de escrever poemas.
Sonho com oportunidade de ser uma adolescente empregada através do SOMA. Fiz seu o curso de iniciação profissional - posso atender uma portaria, passar os recados, dar conta de rotinas administrativas ou de informática.
Só não vai dar para fazer serviços externos, não pela minha cadeira de rodas e sim pela qualidade de nossas calçadas e de nosso trânsito, pela falta de rampas de acesso e de pessoas preparadas para acolher uma cadeirante chegando. Mas uso transporte público sem problemas. No circuito que faço rotineiramente só um motorista não me “enxerga” no ponto! Ainda conto com um recurso adicional de mobilidade – com muletas especiais consigo ficar de pé, e andar um pouco.
Nasci com ossos muito frágeis (osteogênesis imperfecta), já administrei umas cinquenta fraturas até agora, sempre é necessário engessar, e fiz umas sete cirurgias para ir corrigindo o alinhamento de minhas pernas. Isto não me impediu de fazer ballet em cadeira de rodas durante anos!
Sou Vanessa, filha única, preparada para enfrentar a vida – limpo, lavo, e arrumo a casa. Sei que devo tirar boas notas (e tiro!), estou fazendo o ensino médio (noturno).



“Um braço vigoroso não é mais aguerrido contra a lança do que um braço frágil, são um caráter e a coragem que fazem o guerreiro.” – Eurípides.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com

Dieta Low-Carb e Paleolítica


Posted: 27 Nov 2014 04:47 PM PST
Não existe nenhuma dieta mais nutricionalmente densa do que uma dieta páleo.

Densidade nutricional é um conceito interessante, no qual a quantidade de nutrientes importantes é dividida pelas calorias dos alimentos. 

Os cereais, por exemplo, são repletos de amido e contêm alguns nutrientes - densidade nutricional baixa. As hortaliças, por outro lado, são repletas de fibras e nutrientes e são praticamente desprovidas de calorias e amido: densidade nutricional elevadíssima.

Para uma bela aula sobre o assunto, assista Mathieu Lalonde discorrendo longamente sobre densidade nutricional:

Uma dieta baseada em comida de verdade (plantas e bichos), rica em vegetais (alta densidade nutricional) e pobre em açúcar, farináceos, grãos e alimentos processados (baixa densidade nutricional) só pode ser imbatível neste quesito. 

Quando me perguntam sobre suplementação, geralmente respondo que o ideal é comer uma dieta nutricionalmente densa. Afinal, há VÁRIOS exemplos nos quais os nutrientes são saudáveis quando consumidos no contexto de ALIMENTOS de verdade, mas são DELETÉRIOS quando consumidos na forma de suplementos. Parece ser o caso do cálcio, doselênio, da vitamina E e do beta caroteno, só para citar os exemplos mais conhecidos.

Em outras palavras, suplementos de cálcio podem aumentar o risco cardiovascular, e suplementos de selênio, de vitamina E e de caroteno aumentam o risco de câncer. No entanto, o consumo de ALIMENTOS contendo estes elementos PROTEGE contra essas doenças.

Alguns alimentos, como ovos, são verdadeiros multivitamínicos naturais (um ovo contém TODOS os nutrientes para produzir um pinto a partir de uma única célula).

Na blogosfera páleo internacional, um alimento muito badalado é a sopa de ossos. O que é isso? É um caldo de carne feito em casa. É uma fonte absurdamente densa de nutrientes, muitos dos quais são de difícil obtenção na dieta (tem muito mais cálcio e fósforo do que leite, tem muito mais colágeno do que qualquer suplemento do mercado, tem riqueza de aminoácidos associados com desfechos favoráveis em estudos de longevidade - veja este artigo, por exemplo). Mas, como eu sou uma negação na cozinha, de quem eu me lembrei?? Dos Carecas da Cavernas, é claro! Para quem não conhece, é uma dupla que ensina a nós, os analfabetos culinários, a fazer as pazes com a cozinha - com muito humor.

Então, a meu pedido, segue o vídeo dos carecas sobre como fazer sua própria sopa de ossos - seu suplemento alimentar caseiro - e com custo praticamente zero.



Gostaram?

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Nova publicação em TURISMO ADAPTADO

Filme brasileiro ‘A Despedida’ mostra dignidade e limites da velhice

by Ricardo Shimosakai
'A Despedida' Marcelo com Nelson Xavier e Juliana Paes foi exibido na Mostra Internacional de Cinema com recursos de acessibilidade'A Despedida' Marcelo com Nelson Xavier e Juliana Paes foi exibido na Mostra Internacional de Cinema com recursos de acessibilidade
Almirante (Nelson Xavier) tem 92 anos e as limitações que naturalmente vêm com a idade. Por isso, há muito tempo ele deixou de ir ver Morena (Juliana Paes), sua amante e o maior amor de sua vida. Um dia, ao acordar, o simples fato de estar com a fralda geriátrica limpa lhe traz felicidade e entusiasmo o suficiente para tentar ultrapassar sozinho as barreiras físicas e sair para resolver pendências, como a conta do bar, a relação com seu melhor amigo e com sua Morena.
A Despedida, de Marcelo Galvão, é baseado na história do avô do diretor, que teve uma amante bem mais nova durante muitos anos até o fim da vida. O filme será exibido em três sessões da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, todas com o recurso de acessibilidade MovieReading, um novo aplicativo de legendas e audiodescrição voltado para pessoas com deficiência visual, auditiva e certos tipos de deficiência intelectual.
A paixão e a idade
Tudo o que o personagem do filme quer é juntar suas últimas forças para reviver prazeres de seu passado de bon vivant e partir em paz. Depois de muito tempo fazendo tudo com ajuda, ele toma banho e se veste sozinho – sequência que demora e causa agonia, especialmente quando ele tenta calçar os sapatos. O insistente som abafado que incomoda nos primeiros minutos desaparece quando o personagem coloca o aparelho de surdez.
Para ele, o maior problema é ter plena consciência de sua fragilidade. Sua cabeça e sua libido contrastam fortemente com o corpo enrugado e debilitado. Mesmo assim, a visita a sua Morena é intensa e cheia de carinho. O filme quebra preconceitos ao mostrar com delicadeza o amor entre um idoso e uma mulher 55 anos mais jovem. A generosidade com que ela trata Almirante é tocante: para que ele não se sinta humilhado, ela finge não ver a dificuldade que ele tem de sair da banheira, por exemplo.
Ao mostrar a vulnerabilidade de Almirante, Galvão evidencia a fragilidade da nossa vida e do nosso corpo, do qual aos poucos vamos perdendo o controle. Mas mais que isso, ele confirma, sem ser piegas, o chavão de que o amor não tem idade.
A Despedida ganhou o Kikito de melhor diretor para Marcelo Galvão, melhor ator para Nelson Xavier, melhor atriz para Juliana Paes e melhor fotografia para Eduardo Makino.

Fonte: RBA
FO

Economia

30 de novembro de 2014 - 07:00

Idosos voltam ao mercado

Envelhecimento da população e contexto econômico contribuem para a atuação de profissionais acima dos 60 anos
POR GRACIELLE NOCELLI
O vendedor Jorge Bertolino, 71 anos, trabalha há 49 anos no mesmo estabelecimento
O Brasil é cada vez mais um país de cabelos brancos. Hoje temos quase 23 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, o que corresponde a 11% da população, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, a expectativa é que esse número quadruplique em pouco mais de 30 anos. Também em ritmo crescente está a participação desta parcela da população no mercado de trabalho. A vasta experiência, o desejo por melhor qualidade de vida e a possibilidade de complementar a renda da aposentadoria são os principais fatores que motivam profissionais da terceira idade a continuarem trabalhando.
Em 2010, Juiz de Fora somava quase 17 mil idosos economicamente ativos, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE. Na análise de especialistas, esse número deve ter ampliado consideravelmente até os dias de hoje, visto que, nos últimos três anos, a presença da terceira idade no mercado de trabalho aumentou em todo o país. “A pessoa chega hoje aos 60 anos muito mais disposta e preocupada com a saúde do que há alguns anos. A vontade de se manter em atividade associada à necessidade de complementar a renda fazem com que esses profissionais queiram trabalhar”, destaca o conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Minas Gerais (ABRH-MG), Carlos Alberto Caram. “Do outro lado, temos o contexto econômico, em que as empresas enfrentam dificuldade de recrutar mão de obra qualificada. O idoso oferece a experiência, a responsabilidade e o comprometimento que o empregador requer”, completa.
O vendedor da loja Tecidos Marabá, Jorge Bertolino, ilustra bem esta realidade. Aos 71 anos, dos quais 49 são dedicados ao trabalho no mesmo estabelecimento, ele não pensa em parar tão cedo. “Trabalho desde os 14 anos, não conseguiria me adaptar.” Segundo ele, o emprego faz “toda a diferença” em aspectos psicológicos, sociais e financeiros. “Com a aposentadoria, eu conseguiria pagar as despesas com a alimentação, mas a gente quer um pouco mais”, brinca.
O “pouco” inclui o pagamento do plano de saúde para ele e a esposa, sua principal despesa, e a ajuda financeira aos cinco filhos e seis netos. “Faço tudo por eles, família é isso.” Ele analisa que, no decorrer dos anos, a desvalorização da aposentadoria chegou a mais de 50%. “Paralelo a isso, os preços só aumentaram. Apenas com a renda de aposentado não seria possível ter a mesma qualidade de vida que tenho trabalhando”, justifica.
A rotina de Jorge começa cedo, com uma caminhada todos os dias antes de ir para a loja, onde cumpre a carga horária do comércio, de 44 horas semanais. “Não tenho e não quero nenhum tipo de regalia por causa da idade. Trabalho como todos os colegas e me preocupo bastante com a saúde para poder estar bem e fazer o meu melhor.” Na loja, ele é considerado  “professor” pelos demais funcionários, que destacam a generosidade em dividir a experiência como uma das principais qualidades do vendedor. “Nós todos aprendemos muito uns com os outros”, garante Jorge.
Fonte de Renda
O estudo “Panorama dos idosos no Brasil”, realizado pelo Instituto Data Popular, mostrou que o rendimento da terceira idade no país chegou a R$ 446 bilhões no ano passado, o equivalente a um quinto do total da renda nacional. Segundo avaliação do Centro Nacional de Apoio ao Aposentado e Trabalhador (Cenaat), boa parte dos idosos brasileiros participa de forma significativa da fonte de renda familiar. “A maioria continua colaborando com o sustento dos filhos e netos”, afirma o advogado da instituição, Carlos Elias.
O presidente da Associação dos Aposentados de Juiz de Fora, Geraldo Gonçalves de Lima, confirma. “Acompanhamos muitos casos do tipo na cidade. Com a defasagem da aposentadoria, o trabalhador continua na ativa para garantir o mesmo padrão de vida.”
A cozinheira do Berttu’s Restaurante, Maria das Graças da Silva, 66 anos, diz que faz questão de ajudar financeiramente a família. “Tenho um casal de filhos, 12 netos e quatro bisnetos. Gosto de trabalhar para ocupar a cabeça e ganhar o meu dinheiro. No que eu puder, sempre vou ajudá-los.” Ela conta que, recentemente, contribuiu para a construção da casa da filha. “Também colaboro, no que for possível, com a educação das crianças.”
Desaposentação
De acordo com Geraldo, a desaposentação seria a melhor alternativa para mudar o cenário em que o idoso se vê obrigado a trabalhar por conta da defasagem da aposentadoria.  A medida prevê que o aposentado que continuou trabalhando e contribuindo com a Previdência Social renuncie ao benefício antigo e solicite outro, com base em cálculo atualizado de idade e tempo de contribuição.
OLAVO PRAZERES-06-11-14
Aloysio Libano Paula, 68 anos, já era aposentado quando foi contratado pela MRS Logística
A Previdência Social não admite a renúncia ao benefício e, por isso, os segurados têm recorrido à Justiça para garantir a revisão da aposentadoria. A desaposentação começou a ser discutida em 2010 e, no dia 29 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento sobre a matéria por prazo ainda indefinido.

Experiência valorizada, potencial desconhecido

Aloysio Libano Paula, 68 anos, já era aposentado quando foi contratado pela MRS Logística, em 1997. Acumulando várias experiências na vida profissional, que começou aos 13 anos, como faxineiro, ele hoje atua como especialista em análise de riscos da companhia. O cargo incorpora funções de consultoria em processos judiciais.
Casado há 40 anos e pai de três filhos, ele destaca que “recursos  extras sempre ajudam a melhorar a qualidade de vida e investir no futuro”, mas que o prazer pelo trabalho é o principal motivo que o faz não querer pensar em parar. “O  trabalho na ferrovia  é  apaixonante.”
Apesar de realizado há 17 anos, o recrutamento de Aloysio mostra uma tendência atual no mercado de trabalho. “A presença de pessoas acima de 60 anos está crescendo, principalmente, em áreas de consultoria e gestão. As empresas estão valorizando cada vez mais esta experiência e abrindo espaço para cargos de especialistas”, diz o conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Minas Gerais (ABRH-MG), Carlos Alberto Caram.
“As empresas perceberam que empregar idosos é um bom negócio, eles dispõem de uma mão de obra mais qualificada e de um amplo conhecimento”, aponta o advogado do Centro Nacional de Apoio ao Aposentado e Trabalhador (Cenaat), Carlos Elias. Ele destaca que, de acordo com o Estatuto do Idoso, pessoas na terceira idade têm direito ao exercício de atividade profissional, sendo respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Mudanças
Mesmo com o crescimento da presença de profissionais da terceira idade no mercado, Caram destaca que ainda é preciso mudar a maneira de enxergar esta participação. “As oportunidades têm surgido por conta do contexto econômico, em que o mercado está desaquecido. Do contrário, a preferência continua sendo dos mais jovens.”
Para o assistente social e gerontólogo, José Anísio Pitico da Silva, esta mentalidade precisa mudar. “Ainda há muito preconceito para contratação de trabalhadores com mais de 60 anos. A sociedade ainda tem uma visão negativa de que este público é incapaz de produzir.”
Pitico destaca que é importante que os empregadores não só abram espaço para os profissionais idosos, mas também identifiquem suas competências de forma que consigam potencializá-las. “É certo que eles têm muito a contribuir, mas ainda falta conhecimento sobre esse potencial por parte da sociedade.”
FONTE:http://www.tribunademinas.com.br/idosos-voltam-ao-mercado/

Exercícios físicos auxiliam no combate ao câncer de próstata

Exercícios físicos auxiliam no combate ao câncer de próstata
Foto: Divulgação
A detecção precoce do câncer de próstata é um procedimento muito importante para a conservação da saúde masculina, mas nem todos sabem que existem hábitos simples do dia a dia que podem diminuir as chances do desenvolvimento dessa enfermidade. A doença, que é a segunda mais frequente entre os homens brasileiros, pode também ser combatida com a prática de exercícios físicos.
“A realização de atividades físicas junto com a dieta rica em fibra e pobre em gorduras reduzem o risco de desenvolvimento da patologia. Pacientes que fazem exercícios regularmente também possuem uma menor chance de morte causada por câncer de próstata. Essa probabilidade diminui mais conforme maior frequência de exercícios”, afirma o Dr. Fabio Alexandre Pardal, urologista do Hospital San Paolo, centro hospitalar localizado na Zona Norte de São Paulo.
A declaração do médico é similar aos resultados de uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade de Harvard, a qual analisou a prática de exercícios físicos de 2.686 pacientes. As pessoas que andavam por mais de quatro horas durante uma semana apresentaram redução de 23% do risco de morte em relação àqueles que caminhavam apenas 20 minutos.
No caso daqueles que praticam exercícios mais intensos, como corrida, tênis oubicicleta, o risco de mortalidade foi reduzida em 35%.  O médico declara que a atividade física diminui a produção de substâncias inflamatórias e estimula a resposta imunológica.
Contudo, os exames preventivos também devem fazer parte da rotina da população masculina, já que o câncer de próstata, em sua fase inicial, não apresenta qualquer sintoma. Os métodos de detecção da doença consistem no PSA – Antígeno prostático específico (exame de sangue), toque retal e
biópsia de próstata realizada através de ultrassom transretal,  que confirma o diagnóstico do câncer.
Segundo Dr. Pardal, o preconceito em relação ao exame toque retal ainda é um grande obstáculo para a descoberta da doença. “No consultório, os pacientes que atendo já vem conscientizados sobre a importância da avaliação. Costumo orientar os familiares e amigos que conversem com seus parentes e conhecidos sobre a importância na detecção precoce.”
Os 50 anos é o período em que a população em geral deve começar a fazer os exames. No caso das pessoas que se enquadram nos fatores de risco (idade, hereditariedade, raça negra, obesidade, dieta rica em gorduras, tabagismo e etilismo), a idade recomendada é 45 anos.
De acordo com o Instituto Lado a Lado pela Vida e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quase 50% da população masculina brasileira nunca foi ao urologista e a perspectiva é que, até o fim do ano, 12 mil pessoas irão morrer devido à descoberta em estágio avançado da doença.
Retirado de: revista Bicicleta

sábado, 29 de novembro de 2014

MARTA GIL - CONSULTORIA EM INCLUSÃO nos enviou

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23 junho 2014

Vírus causador da poliomielite é encontrado no Brasil, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta segunda-feira, 23, a detecção no Brasil do vírus causador da poliomielite. O poliovírus selvagem tipo 1, um dos sorotipos causadores da doença, foi encontrado em amostras coletadas em março no esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.
A amostra é semelhante à coletada recentemente em um caso isolado registrado na Guiné Equatorial. O risco de contaminação é considerado “alto” no país, enquanto que no Brasil, a OMS avalia as chances de o vírus se espalhar internacionalmente como “muito baixa”.
A poliomielite, que causa a chamada paralisia infantil em crianças com menos de cinco anos, foi erradicada no Brasil em 1989. O número de casos em todo o mundo caiu 99% desde 1988 devido ao grande esforço dos países em combater a doença. Contudo, a OMS decretou, em maio de 2014, estado de emergência de saúde pública no Afeganistão, Iraque e Guiné Equatorial.
O Ministério da Saúde acompanha a situação epidemiológica da poliomielite no mundo e mantém o controle da erradicação da doença com coberturas vacinais superiores a 95%. Desde 1990, não há circulação de poliovírus selvagem da poliomielite no Brasil, resultado das políticas de prevenção e vigilância adotadas pelo governo federal. Em 1994, o Brasil recebeu o certificado emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicação da poliomielite.

Embora a doença tenha sido erradicada do Brasil, alguns países continuam detectando casos de poliomielite, como Síria, Paquistão, Afeganistão, Guiné Equatorial, Etiópia, Iraque, Israel, Somália e Nigéria, entre outros. Esta situação levou a OMS a declarar emergência mundial para garantir a mobilização de recursos e apoio internacional capazes de garantir que a erradicação global da doença seja alcançada.

O cumprimento da meta de cobertura vacinal para a doença há várias décadas garante a proteção do país contra a recirculação de poliovírus, que pode ser trazido por viajantes internacionais. Além disso, o Ministério da Saúde realiza, em parceria com estados e municípios, vigilância ativa de todos os casos de paralisia flácida aguda (PFA) em menores de 15 anos de idade, investigando cada notificação em até 48 horas e realizando coleta de fezes para pesquisar qual o agente etiológico causador. Como as PFAs podem ser causadas por diferentes tipos de vírus, entre eles o da poliomielite, esta vigilância fornece a segurança para que o país continue livre da circulação do poliovírus, pois qualquer reintrodução seria rapidamente detectada.

Em alguns países é recomendada, além disso, a pesquisa de poliovírus no meio ambiente, especialmente onde a cobertura vacinal é baixa e a vigilância não é adequada.  O Brasil não se enquadra nesta situação, não havendo, portanto, recomendação para realização sistemática desse monitoramento do poliovírus no meio ambiente.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) participou do Programa de Colaboração com a OPAS de Erradicação da Poliomielite no Brasil, realizando o monitoramento ambiental entre 1973 e 1989. Com a eliminação da poliomielite no país, este monitoramento deixou de ser obrigatório. Desde 1999, no entanto, a Cetesb realiza esta pesquisa, junto com o monitoramento para outros agentes etiológicos no meio ambiente, em colaboração com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Atualmente, mantém 10 pontos de coleta rotineira de esgoto para monitoramento.

Em 17 de junho de 2014, o Ministério da Saúde recebeu do laboratório de enterovírus da Fiocruz a confirmação de que foi isolado vírus selvagem da poliomielite pela Cetesb em amostra coletada em março de 2014 no esgoto sanitário do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).  No mês de abril de 2014, os resultados do monitoramento de todos os pontos, inclusive no aeroporto de Viracopos, foram negativos, portanto, o resultado encontrado no mês de março foi um fato isolado, evidenciando que não há circulação do poliovírus selvagem na região.  Os dados foram enviados para o laboratório global de referência da OMS para a poliomielite, tendo sido confirmado que o poliovírus é originário da Guiné Equatorial.

É importante esclarecer que esse achado não significa qualquer mudança na situação epidemiológica do Brasil ou ameaça à eliminação da doença. O Ministério da Saúde reforça a importância de manutenção da cobertura vacinal adequada e da vigilância ativa para todos os municípios. Com o aumento dos deslocamentos internacionais, é esperado que pessoas portando agentes infecciosos presentes em outras partes do mundo circulem no Brasil.

O Ministério da Saúde reitera, ainda, que todos os profissionais de saúde e a sociedade em geral continuem a estimular a participação efetiva nas ações de imunização em todos os municípios, tanto na vacinação de rotina, que deve ser realizada de acordo com o calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde, como na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite que acontecerá no segundo semestre de 2014.
fonte -http://sindromepospoliomielite.blogspot.com.br/2014/06/virus-causador-da-poliomielite-e.html  

Micro-ônibus com piso baixo é solução para melhoria da acessibilidade

Volkswagen lança veículo, único do mercado, com promessa de facilitar e diminuir o tempo de embarque do cadeirante

O DIA
Rio - Presentes em vários dos ônibus convencionais moderno, o piso baixo agora é novidade no micro-ônibus 9.160 OD, o primeiro do mercado da Volkswagen. A linha foi apresentada no 16º Etranspor / 10ª FetransRio, realizada este mês, no Riocentro, e destaca-se pela e vantagem de proporcionar maior acessibilidade, o que significa ganho de tempo e mais conforto em embarques de cadeirantes ao veículo. O ônibus comporta até três boxs para cadeiras de rodas e possui suspensão pneumática.
Aplicado no meio rural, micro-ônibus com piso baixo é a solução de mobilidade da Volkswagen
Foto:  Divulgação
De acordo com a fabricante, a inspiração veio após o sucesso do programa Caminho da Escola, onde mais de 12 mil veículos similares atenderam a população rural, e foi adapatado para o meio urbano, para operar principalmente em transporte escolar, linhas alimentadoras, como as de BRT existentes no Rio. 
Terceira idade

Quatro alimentos para eliminar da dieta

Obesidade é comum em pessoas com mais de 50 anos e faz o processo de envelhecimento acontecer mais rápido

28/11/2014 | 14h01
Má alimentação é um problema comum da terceira idade. Há alguns anos, os nutricionistas preconizavam aos mais velhos alimentos que combatiam o baixo peso e a desnutrição. No Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado neste ano, o Ministério da Saúde chama a atenção para um problema que está do outro lado da moeda: a obesidade.
Na medida em que o processo de envelhecimento acontece, existe uma mudança na composição corporal com a diminuição da massa muscular e o aumento do tecido gorduroso. Isso significa que o gasto energético vai diminuindo. Esse é o famoso “metabolismo lento”. Por isso, com o passar do tempo manter o peso e emagrecer requerem um trabalho maior.
– O guia aponta que devemos, cada vez mais, consumir alimentos in natura e diminuir os produtos. Por exemplo: a barra de cereal e a banana tem calorias próximas, mas a fruta é natural com carboidrato de fibras e vitaminas e a barra pode ter os mesmos nutrientes, mas também possui conservantes, que são péssimos para a saúde – explica a nutricionista Flavia Porto Wieck, professora da Feevale.
A questão não é controlar as calorias, mas pensar na qualidade da alimentação. Se antigamente a noção geral era de de que as pessoas mais velhas eram frágeis. Hoje, a preocupação gira em torno do fato de que eles estão mais obesos do que há alguns anos.
– As gordura saturadas estão cada vez mais presentes no prato das pessoas, seja na carne vermelha seja nas comidas prontas, como os pães, bolos e sorvetes – alerta a nutricionista.
Wieck aponta quais são os quatro alimentos mais prejudiciais à saúde para quem entrou na terceira idade:
Sal
O brasileiro come, em média, 12 gramas de sal por dia, quando a recomendação é de cinco gramas.
– Uma colher de chá rasa tem uma grama. Colheres por dia é o máximo que devemos usar por dia de sal – destaca a nutricionista.
Gorduras
Saturada e hidrogenada. Essa dupla deve ser eliminada do cotidiano das pessoas mais velhas. Isso porque se a tendência é diminuir a produção de massa magra e aumentar a gordura corporal, eliminar a consequências desses produtos do organismo é extremamente difícil para quem já tem chegou aos 50.
Produtos industrializados
Gorduras e conservantes junto aceleram o processo de envelhecimento e contribuem para a obesidade. Além disso, essa dupla faz com que os lipídeos e tecido fibroso formem placas nas parede dos vasos sanguíneos e o resultado é o infarto e aos acidente vascular cerebral. Na lista: sonho, enroladinho, bolo e sorvetes.
Açúcar
Mudanças naturais na percepção do sabor são naturais com o passar dos anos. Por isso, é comum ver as pessoas mais velhas colocando mais açúcar para temperar os alimentos e sentir, de fato, o sabor doce. Daí até o abuso é um passo curto.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

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NOTÍCIAS » Notícias

Dinamarquesas são incentivadas a faltar ao trabalho até 2015 em protesto contra diferença salarial

Sindicatos dinamarqueses que representam mais de 1,1 milhão de trabalhadores dos setores público e privado, o equivalente a pelo menos metade da força de trabalho do país, estão incentivando seus membros femininos a fazerem exatamente isso — meio a sério, meio em tom de brincadeira — para protestar contra uma diferença salarial de 17% em relação aos homens.
A reportagem foi publicada por Bloomberg News e reproduzido pelo jornal O Globo07-11-2014.
— É um modo de acabar com a brecha salarial entre os gêneros num piscar de olhos — disse Lise Johansen, diretora da campanha da Confederação de Sindicatos Dinamarqueses, em entrevista pelo telefone. — Vão passar o resto do ano numa ilha tropical!
Embora “todos saibam que é uma brincadeira”, o protesto, que agora está em seu quinto ano, destaca os desafios enfrentados pela Dinamarca, apesar de a nação estar entre os países com as menores disparidades salariais, disseJohansen.
Os países escandinavos foram os mais bem-sucedidos na redução da diferença entre os gêneros, de acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial publicado na semana passada. A Dinamarca ficou em quinto lugar em uma pesquisa com 142 países, atrás da Islândia, da Finlândia, da Noruega – onde o governo implementou há pouco tempo o serviço militar obrigatório para mulheres – e da Suécia.
No entanto, em termos de igualdade salarial para trabalhos semelhantes, a Dinamarca ficou em 38º lugar, de acordo com o relatório.
Os salários médios por hora das dinamarquesas estão quase um quinto abaixo dos salários recebidos pelos homens, apesar de que um número maior de mulheres possui diplomas superiores, de acordo com a confederação. O grupo é um dos cinco sindicatos que organizam o protesto “Último dia de trabalho das mulheres”. A diferença reflete discrepâncias estruturais do mercado de trabalho dinamarquês e encolhe para cerca de 7% ao comparar os salários para o mesmo trabalho, disse Johansen.
Auditoria de gênero
— Ainda temos uma discrepância salarial em relação a gênero e as mulheres daqui têm o maior nível de formação acadêmica do mundo, inclusive um nível mais elevado do que o dos homens — disse Johansen, citando a pesquisa do Fórum. — Por que o salário para trocar o óleo de um carro deve ser mais alto do que o salário para cuidar de crianças?
É provável que as mulheres não sigam o conselho dos sindicatos e continuem levando um bolinho para seus colegas, disse ela, referindo-se ao costume dinamarquês de levar um bolo ao trabalho um dia antes de sair de férias.
Publicidade
Dinamarca, onde cerca de três quartos de todos os funcionários públicos e privados estão afiliados a um sindicato, vai exigir que as empresas com dez ou mais funcionários realizem a partir de janeiro uma “auditoria de gênero” para comparar os salários dos homens com os das mulheres.
O requisito amplia uma diretriz anterior que se aplicava apenas às empresas com 35 ou mais funcionários, a fim de abarcar a maior parte da força de trabalho. Ele também possibilita que os representantes dos sindicatos discutam os resultados, de acordo com a confederação.
— Esperamos que mais transparência possa provocar algum efeito sobre a diferença salarial entre os gêneros — disseJohansen. — Nós trabalhamos com isso há muitos anos – por exemplo, oferecendo bons serviços de creche –, mas a situação continua se repetindo. Isso faz com que a questão seja ainda mais estranha e provocadora.
Fonte:http://www.ihu.unisinos.br/noticias/537261-dinamarquesas-sao-incentivadas-a-faltar-ao-trabalho-ate-2015-em-protesto-contra-diferenca-salarial
Posted: 19 Nov 2014 12:35 PM PST

Este artigo inaugura a página COLESTEROL do blog. Clique no menu acima e veja todos artigos já publicados por mim sobre o tema, o mais importante da concepção da lipidofobia!

Os Benefícios do Colesterol Elevado
Uffe Ravnskov , MD, PhD

As pessoas com colesterol alto têm maior longevidade. Esta afirmação parece tão incrível que vai levar muito tempo para alguém submetido a um longo processo de lavagem cerebral compreender de modo claro a sua importância. Contudo o fato de que as pessoas com colesterol alto vivem mais tempo emerge de forma objetiva de muitos estudos científicos. Considere as descobertas do Dr. Harlan Krumholz do Departamento de Medicina Cardiovascular na Universidade de Yale, divulgadas em 1994 em que as pessoas idosas com colesterol baixo morreram duas vezes mais freqüentemente de um ataque cardíaco do que as pessoas idosas com um colesterol elevado.1 Os partidários das campanhas contra o colesterol constantemente ignoram essas observações, ou consideram isto como uma rara exceção, produzida pelo acaso no meio de um número enorme de estudos que demonstram o contrário.
Mas isso não é uma exceção; existe atualmente um grande número de achados que contradizem a "hipótese lipídica". Para ser mais específico, a maioria de estudos com pessoas mais velhas demonstrou que o colesterol elevado não é um fator de risco para DCC (doença coronariana do coração). Esse foi o resultado de minhas pesquisas no banco de dados do "Medline" para as pesquisas que visavam essa questão2 Onze estudos com pessoas de mais idade demonstraram esses achados, e, da mesma maneira, mais  sete estudos adicionais verificaram que o colesterol elevado não prediz a mortalidade total (mortalidade por qualquer causa).
Dr Uffe Ravnskov
Agora considere que mais de 90 % de toda doença cardiovascular é encontrada em pessoas com idade acima dos 60, e também que quase todos os estudos encontraram que o colesterol elevado não é um fator de risco para mulheres2 Este significa que o colesterol alto é somente um fator de perigo para menos do que 5 % daqueles que morrem de um ataque cardíaco
Mas existe mais alívio para aqueles que têm colesterol alto; seis dos estudos encontraram que a mortalidade total estava inversamente associada com ambos: colesterol total ou o (temido) LDL, ou os dois. Isto significa que é realmente muito melhor para você ter colesterol elevado do que ter colesterol baixo se você quiser viver até a velhice.
O Colesterol Elevado Protege Contra a Infecção
Muitos estudos têm verificado que o colesterol baixo é em certos aspectos, pior do que taxas elevadas de colesterol. Por exemplo, em 19 amplas pesquisas com mais de 68.000 óbitos, revisado pelo Professor David R. Jacobs e colaboradores da Divisão de Epidemiologia na Universidade de Minnesota, o colesterol reduzido prediz um risco maior de morrer por doenças gastrintestinais e respiratórias.3
A maioria das doenças gastrintestinais e respiratórias tem uma origem infecciosa. Portanto, uma questão relevante é se é a infecção que reduz o colesterol ou o colesterol baixo que predispõe a uma infecção? Para responder essa questão o professor Jacobs e seu grupo, junto com Dr. Carlos Iribarren, acompanharam mais de 100.000 indivíduos saudáveis na área de São Francisco por quinze anos. Ao final da pesquisa aqueles que apresentavam as taxas mais reduzidas de colesterol no começo desse estudo tinham mais  freqüentemente sido admitidos em baixa hospitalar por causa de uma doença infecciosa.4,5 Este achado não poderia ser explicado com o argumento de que a infecção seja a causa da redução do colesterol, porque como podia um colesterol reduzido, registrado quando estas pessoas estavam sem qualquer evidência de infecção, ser causado por uma doença que eles ainda não apresentavam? Não é mais provável que o colesterol reduzido, de alguma maneira, possa tornar essas pessoas um pouco mais vulneráveis para uma infecção, ou que o colesterol elevado protege aqueles que não ficaram doentes por infecção? Muitas evidências existem para sustentar essa interpretação.
Colesterol reduzido e HIV/AIDS
Homens jovens, solteiros com uma doença sexualmente transmitida prévia ou doença de fígado correm um risco muito maior de ficar infectado com vírus de HIV do que as demais pessoas. Os pesquisadores de Minnesota, agora liderados pelo Dr. Ami Claxton, acompanhando tais indivíduos por 7-8 anos. Depois de ter excluído aqueles que se tornaram HIV-positivo durante os primeiros quatro anos, eles acabaram com um grupo de 2446 homens. No fim do estudo, 140 destas pessoas com testes positivos para o HIV; aqueles que tinham colesterol reduzido no princípio do estudo tinham duas vezes mais testes positivos para HIV quando comparados com aqueles com o colesterol mais elevado6 
Resultados similares vieram dos estudos dos "screenees" da pesquisa MRFIT, que incluiu mais de 300.000 homens jovens e de meia-idade, onde passados 16 anos depois da primeira análise das taxas de colesterol o número de homens cujo colesterol era mais baixo do que 160 e que morreram por AIDS era quatro vezes mais alto do que o número de homens que morreram por AIDS com um colesterol acima de 240.7
Colesterol e Insuficiência Cardíaca
A doença cardíaca pode levar a um enfraquecimento do músculo do coração. Um coração fraco implica que menos sangue, e, portanto menos oxigênio, é levado pelas artérias. Para compensar a redução da força, a frequência cardíaca aumenta, mas na insuficiência cardíaca severa isto não é o suficiente. Os pacientes com essa enfermidade ficam com insuficiência respiratória porque muito pouco oxigênio é oferecido para as tecidos, e a pressão nas veias é aumentada porque o coração não consegue bombear o sangue com força suficiente, e esses locais, mais distantes se tornam edemaciados, o que significa que líquidos são acumulados nas pernas e em casos severos também nos pulmões e outras partes do corpo. Esta condição é chamada insuficiência cardíaca congestiva crônica.
Existem muitas indicações de que bactérias ou outros microorganismos desempenham um papel importante na insuficiência cardíaca. Por exemplo, pacientes com falência severa do coração têm níveis altos de endotoxinas e vários tipos de citocinas em seu sangue. Endotoxinas, também chamadas de lipopolisacarídeos, são as substâncias mais tóxicas produzidas por bactérias gram-negativas como Escherichia coli, Klebsiella, Salmonella, Serratia ePseudomonas. As citocinas são hormônios secretados por células brancas do sangue em sua batalha com microorganismos; os níveis altos de citocinas no sangue indicam que os processos inflamatórios estão ocorrendo em algum lugar no corpo.
O papel das infecções na insuficiência cardíaca foi estudado pelo Dr. Mathias Rauchhaus e seu grupo no Departamento Médico, da Universidade de Martin Luther em Halle, Alemanha (Universitätsklinik und Poliklinik für Innere Medizin III, Martin Luther-Universität, Halle). Eles descobriram que o mais poderoso prognosticador de morte para os pacientes com insuficiência cardíaca era a concentração de citocinas no sangue, em particular em pacientes com insuficiência do coração devido à doença coronariana.8 Para explicar esse achado os autores sugeriram que as bactérias intestinais podem penetrar mais facilmente nos tecidos quando a pressão nas veias abdominais está incrementada pelo estado de insuficiência cardíaca. Em acordo com esta teoria, eles verificaram taxas maiores de endotoxinaa no sangue de pacientes com insuficiência do coração e com edema congestivo do que em pacientes com insuficiência não congestiva sem edema, e as concentrações de endotoxinas reduziam significativamente quando a função do coração era melhorada por tratamento médico.9
Uma maneira simples para testar o estado funcional do sistema imunológico é para injetar antígenos de microorganismos que a maioria das pessoas costuma ser expostas, sob a pele. Se o sistema imunológico é normal, um enduração (ponto duro) aparecerá mais ou menos 48 horas mais tarde no local da injeção. Se a enduração é muito pequena, com um diâmetro de menos que alguns milímetros, este indica a presença de "anergia," uma redução ou um fracasso na resposta para reconhecer antígenos. De modo concordante, essa anergia foi achada em associação com um risco incrementado de infecção e mortalidade em indivíduos saudáveis com idade avançada, em pacientes cirúrgicos e em pacientes de transplante de coração10
Dr. Donna Vredevoe e seu grupo da Escola de Enfermagem e da Escola de Medicina, da Universidade de Califórnia em Los Angeles testaram mais de 200 pacientes com falência cardíaca severa com cinco antígenos distintos e os acompanhando por doze meses. A causa de insuficiência cardíaca era a doença coronariana em metade deles, os restantes tinham outros tipos de doença do coração (como doença valvular congênita ou infecciosa, variadas cardiomiopatias e endocardite). Quase metades de todos os pacientes eram anérgicos, e aqueles que eram anérgicos e tinham doença coronária apresentavam uma mortalidade muito mais alta do que os demais.10 
Agora um aspecto relevante: para surpresa dos pesquisadores, foi encontrada uma mortalidade mais alta, não só nos pacientes com anergia, mas também nos pacientes com os valores lipídicos mais baixos, incluindo as taxas de colesterol total, LDL e HDL e também dos triglicerídeos.
Esse último achado foi confirmado pelo Dr. Rauchhaus, dessa vez em cooperação com pesquisadores de vários hospitais universitários britânicos e alemães. Eles verificaram que os riscos de morte para pacientes com insuficiência cardíaca crônica eram forte e inversamente associados com taxas de colesterol (total, ou LDL) e também de triglicerídeos; aqueles com altos valores lipídicos viveram muito mais tempo do que aqueles com valores baixos.11,12
Outros pesquisadores fizeram observações semelhantes. O maior estudo foi apresentado pelo Professor Gregg C. Fonorow e sua equipe de trabalho no Departamento de Medicina da UCLA (Centro de Cardiomiopatia de Los Angeles).13 O estudo, dirigido pelo Dr. Tamara Horwich, incluiu mais de mil pacientes com insuficiência cardíaca severa. Depois de cinco anos 62 por cento dos pacientes com colesterol abaixo de 129 mg/l morreram, enquanto somente a metade dos pacientes com colesterol acima de 223 mg/l.
Quando os proponentes da hipótese do colesterol são confrontados com resultados que demonstram uma má evolução da saúde associada às taxas baixas de colesterol -- e existem muitos estudos com tais resultados -- eles normalmente argumentam que pacientes severamente doentes estão freqüentemente mal nutridos, e a má nutrição é, pois, acusada de reduzir o colesterol. Porém, a mortalidade dos pacientes nesse estudo era independente de seu grau de nutrição; o colesterol reduzido predisse mortalidade precoce estando ou não os pacientes mal nutridos.
Síndrome Smith-Lemli-Opitz
Como foi discutido no “The Cholesterol Myths” (livro Os Mitos de Colesterol, do mesmo autor, NT), há muitas evidências que sustentam a teoria de que as pessoas que nascem com colesterol muito alto, (situação denominada hipercolesterolemia familiar), estão protegidas contra as infecções. Mas se colesterol alto inato protege contra infecções, o colesterol reduzido inato poderia ter o efeito oposto. Realmente, isto parece ser verdade.
As crianças com a síndrome Smith-Lemli-Opitz têm o colesterol muito reduzido porque a enzima que é necessária pela entrar na última fase da síntese do colesterol não funciona corretamente. A maioria das crianças com esta síndrome é ou natimorta ou morre precocemente em função de sérias malformações do sistema nervoso central. Aqueles que sobrevivem tem retardo mental têm o colesterol extremamente reduzido e sofrem de infecções freqüentes e severas. Porém, se sua dieta é suplementada com colesterol puro ou ovos extras, seu colesterol sobe e seus episódios de infecção se tornam menos sérios e menos freqüentes.14
Evidências de laboratório
Os estudos de laboratório são cruciais para aprender mais sobre os mecanismos pelo quais os lipídios mostram sua função protetora. Um dos primeiros a estudar este fenômeno foi a Drª. Sucharit Bhakdi do Instituto de Microbiologia Médica, Universidade de Giessen (Institut für Medizinsche Mikrobiologie, Justus-Liebig-Universität Gießen), Alemanha junto com outros pesquisadores de várias instituições na Alemanha e na Dinamarca.15
Toxina A do Staphylococcus aureus é a substância mais tóxica produzida por cepas de bactérias patogênicas do tipo staphylococci. Podem destruir uma ampla variedade de células humanas, inclusive células vermelhas (hemácias) do sangue. Por exemplo, se quantias mínimas da toxina são adicionadas a um tubo de ensaio com hemácias, dissolvidas em solução 0.9% salina, o sangue é hemolisado, isto é as membranas celulares se rompem e a hemoglobina vermelha do interior delas extravasa no solvente. O Dr. Bhakdi e sua equipe misturaram toxina A purificada com soro humano (o fluido em que as células do sangue residem) e verificaram que 90 por cento de seu efeito hemolisador desapareceu. Por métodos complicados eles identificaram a substância protetora como sendo o LDL, o carreador do apelidado colesterol ruim. Em concordância, nenhuma hemólise aconteceu quando eles misturaram toxina-A com LDL humano purificado, enquanto que o HDL ou qualquer outro componente do plasma eram ineficazes nesse aspecto.
Dr. Willy Flegel e seus colegas de trabalho no Departamento Médico de Transfusão, da Universidade de Ulm, e o Instituto de Imunologia e Genética do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer de Heidelberg, Alemanha (DRK-Blutspendezentrale und Abteilung für Transfusionsmedizin, Universität Ulm, und Deutsches Krebsforschungszentrum, Heidelberg) estudaram endotoxinas de outro modo.16 Como já mencionado, um dos efeitos das endotoxinas é o estímulo que provoca nos glóbulos brancos em produzir citocinas. Os pesquisadores alemães descobriram que esse efeito estimulante das endotoxinas nos glóbulos brancos desaparecia quase completamente se o endotoxina era misturado com soro humano nas 24 horas antes deles adicionarem essas células nos tubos de ensaio. Em um estudo subseqüente17 eles verificaram que LDL purificado de pacientes com hipercolesterolemia familiar teria o mesmo efeito inibitório do soro.
O LDL pode não apenas ligar-se e inativar as toxinas bacterianas perigosas; parece também ter uma influência benéfica direta no sistema imunológico, o que possivelmente explica a relação observada entre colesterol reduzido e várias doenças crônicas. Esse foi o ponto de partida para um estudo do Professor Matthew Muldoon e colaboradores na Universidade de Pittsburgh, Pennsylvania. Eles fizeram estudos em homens saudáveis jovens e de meia-idade e verificaram que o número total de glóbulos brancos e a contagem dos vários tipos dessas células eram significativamente mais baixos nos homens com colesterol LDL menor do que 160 mg/dl do que nos homens com colesterol LDL acima de 160 mg/l.18 Os pesquisadores cautelosamente concluíram que existiam diferenças no sistema imunológico entre homens com colesterol reduzido e elevado, mas que seria muito cedo para declarar se estas diferenças teriam  importância para saúde humana. Agora, sete anos mais tarde, com muitos dos resultados já examinados, nós temos permissão para afirmar que as propriedades de suporte imunológico do colesterol LDL desempenham, realmente, um papel importante para a saúde humana.
Experiências com animais
Os sistemas imunes em vários mamíferos, incluindo os seres humanos, têm muitas semelhanças. Portanto, é interessante verificar o que os experimentos com ratos e camundongos podem nos informar. O prof. Kenneth Feingold do Departamento de Medicina, da Universidade de Califórnia, São Francisco, com colaboradores, publicou vários resultados interessantes em tais pesquisas. Em um deles eles, reduziram as taxas de colesterol LDL em ratos, administrando a eles, ou uma droga que impede o fígado de secretar lipoproteínas, ou uma droga que acelera sua extinção. Em ambos os modelos, a injeção de uma endotoxina era seguida por uma mortalidade muito mais alta nos ratos com o colesterol reduzido em comparação com ratos normais. A mortalidade alta não era devido às drogas porque, se os animais tratados com essas drogas, recebessem aplicações de lipoproteínas, logo antes da aplicação da endotoxina, sua mortalidade era reduzida para taxas normais19
Dr. Mihai Netea com sua equipe do Departamento de Medicina Interna e Nuclear do Hospital da Universidade de Nijmegen, Holanda, aplicaram endotoxina purificada em ratos normais, e em ratos com hipercolesterolemia familiar, que tinham colesterol LDL quatro vezes mais alto que o normal. Enquanto que todos os ratos normais morreram, eles tiveram que injetar oito vezes mais endotoxinas para matar os ratos com hipercolesterolemia. Em outra experiência eles injetaram bactéria vivas e verificaram que a sobrevida dos ratos com hipercolesterolemia foi o dobro da sobrevida de ratos normais20
Outros Lipídios Protetores
Como vistos anteriormente, muitos dos papéis protagonizados pelo colesterol LDL são compartilhados com o HDL. Isto não deveria ser muito surpreendente considerando que o colesterol HDL elevado é associado com saúde e longevidade cardiovascular. Mas existem mais coisas que devem verificadas.
Os triglicerídeos, moléculas que consistem em três ácidos graxos ligados com o glicerol, são insolúveis na água, e por isso são carregados no sangue dentro de lipoproteínas, da mesma maneira que o colesterol. Qualquer lipoproteína pode levar triglicerídeos, mas a maior parte deles são levados por uma lipoproteína chamada VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa) e por quilomicrons, uma mistura de triglicerídeos emulsificados, que aparece em grandes quantias depois de uma alimentação rica em gordura, particularmente no sangue que flui do intestino até o fígado.
Por muito tempo tem se afirmado que a septicemia (sepsis), uma condição de alto risco de vida, causada pelo crescimento bacteriano no sangue, seria associada a um nível alto de triglicerídeos. Os sintomas mais sérios da septicemia são devidos à endotoxinas, freqüentemente produzidas por bactérias intestinais. Em vários estudos, o Professor Hobart W. Harris do Laboratório de Pesquisa Cirúrgica do Hospital Geral de São Francisco, e seus colegas, verificaram que as soluções ricas em triglicerídeos, mas com praticamente nenhum colesterol podia proteger animais de laboratório contra os efeitos tóxicos das endotoxinas e eles concluíram que o nível alto de triglicerídeos encontrado na septicemia é uma resposta imune normal para a infecção.21 Normalmente a bactéria responsável pela septicemia vem do intestino. É então, muito favorável, que o sangue que vem do intestino seja especialmente rico em triglicerídeos.
Exceções
Até agora as experiências com animais confirmaram a hipótese de que colesterol elevado protege contra infecção, pelo menos contra infecções causadas por bactéria. Em uma experiência semelhante usando injeções de Candida albicans, um fungo comum, o Dr. Netea e colaboradores, verificaram que os ratos com hipercolesterolemia familiar morriam mais facilmente do que ratos normais22 Infecções sérias causadas por Candida albicans são raras em humanos saudáveis; contudo, elas são encontradas, principalmente, em pacientes tratados com drogas imunossupressoras, mas os achados demonstram que nós precisamos de mais conhecimentos nesta área. Porém, os muitos resultados já mencionados indicam que os efeitos protetores dos lipídios sangüíneos contra as infecções parecem ser maiores do que quaisquer possíveis efeitos adversos.
Colesterol como um Fator de Risco
A maioria de estudos com homens jovens e de meia-idade afirmam que o colesterol elevado é um fator de risco para doença coronária do coração, aparentemente uma contradição para a idéia que colesterol alto seja fator de protetor. Por que é colesterol elevado é um fator de risco em homens jovens e de meia-idade? Uma provável explicação é que os homens dessa faixa etária estão freqüentemente no meio de sua carreira profissional. O colesterol elevado pode então refletir um estado de stress, uma reconhecida causa de elevação do colesterol e também um fator de risco para a doença de coração. Mais uma vez, o colesterol elevado não é necessariamente a causa direta, podendo apenas ser um marcador. O colesterol elevado em homens jovens e de meia-idade poderia, por exemplo, refletir a necessidade do corpo em ter taxas mais elevadas de colesterol porque o colesterol é matéria prima de muitos hormônios do stress. Qualquer efeito protetor possível do colesterol elevado pode então ser neutralizado pela influência negativa de uma vida estressante no sistema cardiovascular.
Resposta ao ferimento
Em 1976 um das mais promissoras teorias sobre a causa da aterosclerose era a Hipótese da Resposta ao Ferimento (Response-to-injury Hypothesis), apresentado por Russell Ross, um professor de patologia, e John Glomset, um professor de bioquímica e medicina na Escola Médica, Universidade de Washington em Seattle.23,24 Eles sugeriram que a aterosclerose é a conseqüência de um processo inflamatório, onde o primeiro passo é um dano localizado na fina camada de células que cobrem o interior das artérias, a íntima. A lesão inicial inicia um processo inflamatório que geram as placas que seriam simplesmente tentativas de curar o processo.
 Sua idéia não é nova. Em 1911, dois patologistas Americanos dos Laboratórios de Patológia, da Universidade de Pittsburgh, Pennsylvania, Oskar Klotz e M.F. Manning, publicaram um resumo de seus estudos das artérias humanas e concluiu o seguinte: "existe uma ampla evidência de que a produção das placas na intima das arteiras é o resultado de uma irritação direta sobre aquele tecido pela ação de uma infecção ou de toxinas ou a pela estimulação dos produtos derivados de uma degeneração primária naquela camada”.25 Outros pesquisadores apresentaram teorias semelhantes.26
Os pesquisadores têm proposto muitas causas potenciais para o dano vascular, inclusive tensão mecânica, exposição ao tabaco, colesterol LDL elevado, colesterol oxidado, homocisteína, conseqüências metabólicas de diabete, sobrecarga de ferro, deficiência de cobre, deficiências de vitaminas A e D, ingestão de ácidos graxos trans, microorganismos e muitos mais. Com uma exceção, existem evidências que sustentam todos esses fatores, mas o grau da participação de cada um dele permanece incerto. A exceção, é claro, é o colesterol LDL. Muitas pesquisas nos permitem excluir o colesterol LDL elevado dessa lista. Se nós olhamos diretamente a olho nu dentro das artérias em autópsias, ou se nós fizermos isso indiretamente em pessoas vivas usando radiografias, ultra-som ou ressonância magnética, nenhuma associação de valor entre as taxas de lipídios no sangue e o grau de aterosclerose nas artérias fica estabelecida. Da mesma maneira, as elevações ou reduções do colesterol, natural ou devido à intervenção médica, todas essas mudanças nas taxas de colesterol nunca foram seguidas por proporcionais alterações nas placas de aterosclerose; não se demonstra uma relação de dose x efeito. Os proponentes da campanha contra o colesterol freqüentemente afirmam que as pesquisas efetivamente demonstram esta relação dose x efeito, mas nessas pesquisas eles se referem aos cálculos entre as mudanças médias de diferentes “trials” com o resultado de todo o grupo de tratamentos. (Ou seja: são colocados vários aspectos em avaliação ao mesmo tempo, NT).  Porém, uma resposta de dose dependência verdadeira demanda que as mudanças individuais do suposto fator causal sejam seguidas por mudanças paralelas, individuais no resultado da doença (especificidade entre agente causal e suas – eventuais – conseqüências, NT), e isso nunca aconteceu nos testes onde os pesquisadores calcularam uma real resposta de dose dependência.
Uma discussão detalhada dos muitos fatores acusados de prejudicarem o endotélio das artérias está além do escopo deste artigo. Porém, o papel protetor dos lipídios do sangue contra infecções obviamente demanda um olhar mais cuidadoso sobre uma das alegadas causas, os microorganismos.
A Aterosclerose é uma Doença Infecciosa?
Por muitos anos cientistas suspeitaram que vírus e bactérias, em particular o citomegalovirus e a Chlamydia Pneumonie (também chamado bactéria TWAR) participariam no desenvolvimento da aterosclerose. As pesquisas dentro desta área explodiram durante a última década e por volta de janeiro de 2004, pelo menos 200 resenhas desse assunto foram publicadas em jornais médicos. Devido à preocupação difundida com o colesterol e outros lipídios, tem havido pequeno interesse no assunto, porém, e poucos médicos têm muito conhecimento sobre tal tema. Aqui eu quero mencionar alguns dos mais interessantes26
A microscopia eletrônica, a imunofluorescência microscópica e outras técnicas avançadas nos permitiram descobrir microorganismos e seu DNA nas lesões ateroscleróticas em um grande percentual de pacientes. As toxinas bacterianas e citocinas, hormônios secretados pelos glóbulos brancos durante as infecções, são vistos mais freqüentemente no sangue de pacientes com doença de coração e derrame cerebral recente, em particular durante e depois de um evento cardiovascular agudo, e alguns deles são fortes preditores de doença cardiovascular. O mesmo é válido para anticorpos bacterianos e virais, e uma proteína secretada pelo fígado durante as infecções, chamada proteína C reativa (PCR), é um fator de risco muito mais forte para doença de coração coronário do que colesterol.
A evidência clínica também sustenta esta teoria. Durante as semanas que precedem um ataque cardiovascular agudo, muitos pacientes tinham uma infecção bacteriana ou viral. Por exemplo, Dr. Armin J. Grau do Departamento de Neurologia da Universidade de Heidelberg e colaboradores entrevistaram 166 pacientes com derrame cerebral agudo, 166 pacientes hospitalizados para outras doenças neurológicas e 166 indivíduos saudáveis comparados individualmente entre idade e sexo sobre doença infecciosa recente. Mo período da primeira semana antes do derrame, 37 dos pacientes de derrame cerebral, mas apenas 14 dos indivíduos de controle tinham uma doença infecciosa. Na metade dos pacientes a infecção era de origem bacteriana, na outra metade de origem viral.27
Observações similares foram feitas por muitos outros, com pacientes com infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco). Por exemplo, Dr. Kimmo J. Mattila do Departamento de Medicina, do Hospital da Universidade de Helsinki, Finlândia, verificaram que 11 de 40 pacientes com um ataque cardíaco agudo com menos de 50 anos tiveram uma infecção gripal com febre dentro das 36 horas anteriores à admissão hospitalar, mas apenas 4 pacientes entre 41 com doença coronária crônica (como angina reincidente ou infarto prévio) e 4 indivíduos entre 40 do grupo de controle sem doença crônica fortuitamente selecionados na população em geral.28
Tentativas têm sido feitas para prevenir doença cardiovascular com o tratamento com antibióticos. Em cinco testes terapêuticos com pacientes com doença coronariana utilizando-se azitromicina ou roxitromicina, antibióticos que são efetivos contra Chlamydia pneumonia, renderam resultados bem sucedidos; ocorreram um total de 104 eventos cardiovasculares entre os 412 pacientes não tratados, mas  apenas 61 eventos entre os 410 pacientes dos grupos de tratamentos.28a-e Em uma pesquisa adicional uma significante redução da progressão da aterosclerose nas artérias carótidas sucedeu ao tratamento antibiótico.28f Porém, em quatro outros testes,30a-d um dos quais incluíram mais de 7000 pacientes,28d o tratamento com antibiótico não teve nenhum efeito significante.
A razão para esses resultados inconsistentes pode ser que o tratamento era muito curto (um dos testes terapêuticos durou apenas cinco dias). Além disso, aChlamydia, a bactéria TWAR, só pode se propagar dentro de células humanas e quando localizadas nos leucócitos (glóbulos brancos) ela é resistente aos antibióticos.31 O tratamento pode também ter sido ineficaz porque os antibióticos usados não têm nenhum efeito em vírus. Nessa conexão é interessante mencionar uma pesquisa controlada apresentada pelo Dr. Enrique Gurfinkel e colaboradores da Fundación Favaloro em Buenos Aires, Argentina.32 Eles vacinaram metade de 301 pacientes com doença coronáriana contra a gripe, uma doença viral. Depois de seis meses 8 por cento dos pacientes do grupo de controle morreu, mas apenas 2 por cento dos pacientes vacinados. Vale a pena mencionar que este efeito foi muito melhor daquele alcançado pelos testes com estatinas (medicamentos redutores do colesterol, como a sinvastatina, por exemplo, NT), e num período muito menor.
O Colesterol elevado protege contra Doença Cardiovascular?
Aparentemente, os microorganismos desempenham um papel na doença cardiovascular. Eles podem ser um dos fatores que começam o processo de provocar uma lesão no endotélio arterial. Um papel secundário pode ser deduzido da associação entre infecção e doença cardiovascular aguda. O agente infeccioso pode preferencialmente ficar localizado em partes das paredes arteriais que tinham sido previamente danificadas por outros agentes, iniciando a coagulação local e iniciando a criação de um trombo (coágulo) e deste modo causando a obstrução no fluxo do sangue. Mas nesse caso, o colesterol elevado pode proteger contra a doença cardiovascular em vez de ser a causa!
Em todo caso, a hipótese da dieta cardíaca (diet-heart idea), com a demonização do colesterol elevado, está obviamente em conflito com a idéia que colesterol alto protege contra as infecções. Ambas as idéias não podem ser verdadeiras. Deixe-me resumir os muitos fatos que conflitam com a idéia de que colesterol alto é ruim.
Se colesterol elevado era a causa mais importante da aterosclerose, as pessoas com colesterol alto deveriam ser mais ateroscleróticas do que as pessoas com colesterol baixo. Mas pelo que se sabe até agora isto está muito longe da verdade.
Se colesterol alto fosse a causa mais importante de aterosclerose, a redução do colesterol deveria influenciar o processo de aterosclerose em uma diminuição proporcional.
Mas se sabe até agora que isto não acontece.
Se colesterol elevado fosse a causa mais importante da doença cardiovascular, deveria ser um fator de risco para todas as populações, em ambos os sexos, em todas as idades, em todas categorias de doença, e para ambas: as doenças de coração e o derrame cerebral. Mas como você sabe até agora, isto não é o caso.
Eu tenho só dois argumentos para a idéia de que colesterol alto é bom para os vasos sangüíneo, mas em contraste com os argumentos que daqueles que afirmam o contrário esses argumentos são muito fortes. O primeiro origina-se das pesquisas com estatinas. Se o colesterol elevado fosse a causa mais importante da doença cardiovascular, o maior efeito do tratamento com essas drogas deveria ser visto em pacientes com o colesterol mais alto, e nos pacientes cujo colesterol fosse mais significativamente reduzido. A falta de resposta proporcional dose-dependente não pode ser atribuída ao conhecido fato de que as estatinas têm outros efeitos na estabilização da placa, pois isto não poderia mascarar os efeitos da diminuição do colesterol, considerando a pronunciada redução alcançada. Pelo contrário, se uma droga que eficazmente reduz a concentração da molécula acusada de ser prejudicial para o sistema cardiovascular e ao mesmo tempo apresenta outros efeitos benéficos no mesmo sistema, obrigatoriamente deveria exibir uma magnífica resposta, proporcional à tamanha redução obtida.
Por outro lado, se colesterol elevado tem uma função protetora, como sugeri, sua redução se contraporia aos efeitos benéficos das estatinas e deste modo funcionaria contra a correspondência dose x resposta, o que estaria mais de acordo com os resultados de vários testes.
Eu já mencionei meu segundo argumento, mas ele não pode ser dito muito freqüentemente: o colesterol elevado está associado com longevidade das pessoas mais velhas. É difícil de explicar muito bem o fato de que durante o período da vida em que a doença cardiovascular mais acontece e em que a maioria das pessoas morre (e a maior parte de nós morre de doença cardiovascular), o colesterol elevado acontece com mais freqüência nas pessoas com a mortalidade mais baixa. Como é possível que o colesterol alto seja prejudicial para as paredes das artérias e provoque doença coronariana fatal, a causa mais comum da morte, se aqueles cujo colesterol é mais elevado, vivem por mais tempo do que aqueles cujo colesterol é baixo?
Para o público e a comunidade científica eu digo, “Acordem!”.

Referências
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26. At least 200 reviews about the role of infections in atherosclerosis and cardiovascular disease have been published; here are a few of them: a) Grayston JT, Kuo CC, Campbell LA, Benditt EP. Chlamydia pneumoniae strain TWAR and atherosclerosis. European Heart Journal Suppl K, 66-71, 1993. b) Melnick JL, Adam E, Debakey ME. Cytomegalovirus and atherosclerosis. European Heart Journal Suppl K, 30-38, 1993. c) Nicholson AC, Hajjar DP. Herpesviruses in atherosclerosis and thrombosis. Etiologic agents or ubiquitous bystanders? Arteriosclerosis Thrombosis and Vascular Biology 18, 339-348, 1998. d) Ismail A, Khosravi H, Olson H. The role of infection in atherosclerosis and coronary artery disease. A new therapeutic target. Heart Disease 1, 233-240, 1999. e) Kuvin JT, Kimmelstiel MD. Infectious causes of atherosclerosis. f.) Kalayoglu MV, Libby P, Byrne GI. Chlamydia pneumonia as an emerging risk factor in cardiovascular disease. Journal of the American Medical Association 288, 2724-2731, 2002.
27. Grau AJ and others. Recent bacterial and viral infection is a risk factor for cerebrovascular ischemia. Neurology 50, 196-203, 1998.
28. Mattila KJ. Viral and bacterial infections in patients with acute myocardial infarction. Journal of Internal Medicine 225, 293-296, 1989.
29. The successful trials: a) Gurfinkel E. Lancet 350, 404-407, 1997. b) Gupta S and others. Circulation 96, 404-407, 1997. c) Muhlestein JB and others. Circulation 102, 1755-1760, 2000. d) Stone AFM and others. Circulation 106, 1219-1223, 2002. e) Wiesli P and others. Circulation 105, 2646-2652, 2002. f) Sander D and others. Circulation 106, 2428-2433, 2002.
30. The unsuccessful trials: a) Anderson JL and others. Circulation 99, 1540-1547, 1999. b) Leowattana W and others. Journal of the Medical Association of Thailand 84 (Suppl 3), S669-S675, 2001. c) Cercek B and others. Lancet 361, 809-813, 2003. d) O’Connor CM and others. Journal of the American Medical Association. 290, 1459-1466, 2003.
31. Gieffers J and others. Chlamydia pneumoniae infection in circulating human monocytes is refractory to antibiotic treatment. Circulation 104, 351-356, 2001
32. Gurfinkel EP and others. Circulation 105, 2143-2147, 2002.
Sobre o Autor
Dr. Ravnskov é o autor do livro: Myths of Cholesterol (Mitos do Colesterol) e presidente da Rede Internacional de Céticos de Colesterol (The International Network of Cholesterol Skeptics, thincs.org).

Artigo público - internet - site do autor - tradução Google/umaoutravisao
OBS.: TODOS OS ARTIGOS DE REFERÊNCIA PUBLICADOS EM REVISTAS INDEXADAS

Fator de risco
Existe um fator de risco que é conhecido como certo em causar a morte. É um fator de risco tão forte que implica em 100 por cento de taxa de mortalidade. Desse modo eu posso garantir que se nós acabássemos com este fator de risco, algo que não que não exigiria nenhuma grande pesquisa e nenhum custo monetário, centenas de mortes de seres humanos não mais aconteceriam. Este fator de risco é chamado “VIDA”.
Barry Groves, (www.second-opinions.co.uk)


Esse artigo foi publicado em Wise Traditions in Food, Farming and the Healing Arts,
periódico trimestral da Weston A. Price Foundation, Primavera, 2004.
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